O Estado de S. Paulo

Covas quer aumentar em 86% gasto com seguranças

Pedido de reajuste foi enviado à Câmara; ideia é equiparar gratificaç­ão de PMs nessa função ao que se paga no Legislativ­o

- / B.R.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) enviou projeto de lei à Câmara de São Paulo para conceder reajuste de até 418% na gratificaç­ão paga pelo Municípios aos policiais militares lotados no gabinete do prefeito, a Assessoria Militar, que cuida da segurança do chefe do Executivo. O projeto está na Comissão de Constituiç­ão e Justiça da Câmara e tem carimbo de “urgência” para tramitação.

Ao todo, o gasto com a assessoria militar passaria de R$ 800 mil anuais para R$ 1,49 milhão – alta de 86%. Na justificat­iva no projeto, Covas diz que é preciso equiparar os ganhos desses militares aos dos PMs que atuam no Legislativ­o e têm valor de gratificaç­ão maior. Em nota ao Estado, a Prefeitura argumenta ainda que “corrige uma discrepânc­ia de valores pagos a policiais destacados para trabalhar nas duas Associaçõe­s Policiais Militares de órgãos municipais”.

São propostas quatro faixas de reajuste. Em valores absolutos, os maiores aumentos são para os seis oficiais lotados no gabinete (quatro capitães, um major e um coronel), que passarão a receber de gratificaç­ão R$ 6,6 mil mensais no lugar dos atuais R$ 3,1 mil, além do salário que ganham como PMs.

A gratificaç­ão é paga a título de cargo em comissão, como o que recebe o servidor em posto de chefia, e é acrescenta­do ao salário de PM pago pelo Estado. No caso dos 23 cabos e 13 soldados, o reajuste é de 124% – de R$ 1,4 mil para R$ 2,6 mil.

Esses militares são responsáve­is garantir a segurança pessoal do prefeito e seus parentes, de sua residência e de autoridade­s em visita oficial à cidade. Também fazem a ponte entre a Prefeitura e o comando da PM na capital.

Em março, antes de deixar o cargo para disputar o governo do Estado, o ex-prefeito João Doria (PSDB) publicou decreto que estendia as atribuiçõe­s do órgão, incluindo fazer a segurança de ex-prefeitos por até um ano. Após repercussã­o negativa, a medida foi revogada.

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