O Estado de S. Paulo

Fortuna do cartola seria de R$ 54 mi

- NOVA YORK E GENEBRA J.C. e T.M.

O patrimônio de José Maria Marin seria de mais de R$ 54 milhões, e ele usou o futebol para enriquecer ilicitamen­te. Esse é o valor estimado e a avaliação dos promotores de Nova York, que insistem que o dirigente brasileiro tem condições de pagar uma multa milionária por conta de seus atos ilícitos.

De acordo com os americanos, os crimes cometidos pelo brasileiro causaram perdas de US$ 154 milhões (cerca de R$ 600 milhões) na Copa América, Copa Libertador­es da América e no torneio Copa do Brasil.

“Marin tem uma fortuna individual de mais de US$ 14 milhões (R$ 54 milhões) e não está em questão se ele tem a capacidade de pagar a multa”, comentou a promotoria, que sustenta que Marin não demonstrou que o valor seria um “peso”.

Ao defender sua pena de dez anos de prisão, os americanos voltam a insistir que o esquema de corrupção envolveu diretament­e Marco Polo del Nero, que teria dividido com Marin os US$ 3 milhões (R$ 11,7 milhões) em propinas para cada edição da competição Copa América.

O texto aponta como a Copa do Brasil mantinha um esquema em que as propinas eram repartidas ainda para Ricardo Teixeira, Del Nero e Marin. Juntos, eles teriam organizado um esquema que somaria US$ 8,4 milhões (R$ 32,7 milhões).

Numa conversa gravada entre José Hawilla e Kleber Leite – dois dos empresário­s que pagavam a propina –, a promotoria insiste que o diálogo revela como ambos se referiam ao trio de cartolas brasileiro­s. “Marin e Marco Polo, eles sabem que você paga mais ao Ricardo?”, questionou J. Hawilla. “Claro que sabem”, respondeu Kleber Leite. Hawilla continuari­a a conversa: “Marin divide com Marco Polo, não é?” Leite confirmari­a. Mas alertaria que a forma pela qual os dois dividiram o dinheiro não era problema dele. “Isso é problema interno deles”, completou o cartola.

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