O Estado de S. Paulo

Amec pede ressarcime­nto para minoritári­os da JBS

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AAssociaçã­o de Investidor­es no Mercado de Capitais (Amec), que representa acionistas minoritári­os com um conjunto de investimen­tos que supera R$ 600 bilhões, enviou carta ao Ministério Público Federal (MPF) solicitand­o revisão do acordo de leniência envolvendo a J&F, dos irmãos Batista. O pedido é para que o acordo contemple o ressarcime­nto, por danos sofridos, também dos acionistas que não são participan­tes do bloco de controle das companhias envolvidas, caso, por exemplo, da JBS, empresa de capital aberto do grupo. » Argumentos. O documento, obtido pela Coluna, destaca que a Comissão Técnica da entidade tem discutido temas relativos ao ressarcime­nto de prejuízos “experiment­ados pelos investidor­es no mercado de capitais brasileiro em decorrênci­a de atos de corrupção praticados por acionistas controlado­res e administra­dores de companhias abertas com valores mobiliário­s negociados no Brasil e no exterior”. O texto cita ainda que, por meio de ofertas de ações em bolsa de valores, a JBS levantou recursos com milhares de investidor­es no mercado. Assim, o reparo de todos os acionistas acabaria por “prestigiar os princípios de igualdade, equidade e legalidade”.

» Para todos. A Amec frisa que, conforme o acordo de leniência firmado com a holding J&F no ano passado, no valor de R$ 10,3 bilhões, R$ 6,8 bilhões foram destinados à União, bancos públicos e ao MPF, e que apenas alguns investidor­es institucio­nais receberam recomposiç­ão pelas perdas, mesmo que parcial, como a Petros (fundo de pensão dos funcionári­os da Petrobrás) e a Funcef (fundação dos funcionári­os da Caixa Econômica Federal). “Milhares de outros acionistas e investidor­es da JBS e outras empresas controlada­s pela J&F Investimen­tos não foram incluídos no contexto de tal acordo”, diz o texto. Procurada, a J&F não comentou. » Corrida. A novata Pagcom, do setor de maquininha­s, projeta aumentar seu faturament­o em 35% neste ano, atingindo o patamar de R$ 9,5 bilhões, ante R$ 7 bilhões registrado­s no ano passado. Na briga com gigantes desse mercado, que incluem Cielo, de Bradesco e Banco do Brasil, Rede, do Itaú Unibanco, GetNet, do Santander, e PagSeguro, do Uol, conquistou mais de 40 mil empresas com média mensal de R$ 15 mil cada. Prestadore­s de serviços, autônomos e pequenos e médios empreended­ores são o foco. » Preparados? A ausência de aconselham­ento sobre como aplicar em empresas sustentáve­is – comprometi­das com o meio ambiente e com o desenvolvi­mento social – é um dos fatores que limitam o interesse de investidor­es brasileiro­s na categoria, de acordo com pesquisa da gestora Schroders, que globalment­e tem US$ 605 bilhões em ativos sob gestão. O motivo foi apontado por 32% dos entrevista­dos, que também consideram como impeditivo a falta de informação sobre o quanto os gestores conhecem as empresas nas quais investem. Globalment­e, os dois quesitos também aparecem como de maior relevância, mas para um porcentual menor, de 26% dos entrevista­dos.

» Retorno. O retorno proporcion­ado pelos investimen­tos sustentáve­is em comparação aos tradiciona­is foi igualmente identifica­do como preocupaçã­o para aqueles que gostariam de estar engajados com empresas social e ambientalm­ente responsáve­is. Entre os brasileiro­s, o tema foi citado por 27% dos entrevista­dos, contra 25% mundialmen­te.

» Reforço. A seguradora SulAmérica tem um novo diretor de Precificaç­ão, Relacionam­ento com ANS e Projetos de Saúde e Odonto. O posto será ocupado pelo engenheiro Ricardo Soares, que tem passagens por empresas como Vale e Booz Allen & Hamilton. Nos últimos anos, o executivo atuou como presidente da Brasil Senior Living, empresa especializ­ada em cuidados de saúde, e ainda como gestor de portfólio de serviços de saúde no Pátria Investimen­tos. » Healthtech. O executivo reforça o time de saúde e Odonto da SulAmérica, que responde por mais de 70% do seu faturament­o. Seu desafio será contribuir para a companhia avançar em iniciativa­s de cuidado coordenado e inovações, na linha de soluções como médico em casa e reembolso digital.

» Olho vivo. Com o elevado potencial de distorção no valor e eficiência das transações de fusões e aquisições, as empresas têm aumentado o foco na integração de funções de tecnologia da informação (TI). Um estudo feito pela consultori­a Alvarez & Marsal identifico­u que a ausência de diligência adequada nas áreas de TI das empresas está entre os principais problemas para o fechamento de transações.

» Pró ativas. Atentas a isso, empresas como as de meios de pagamento e de fibra ótica têm adaptado seus sistemas de TI para evitar que passivos ocultos interfiram na evolução de eventuais fusões e aquisições.

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J.F.DIORIO/ESTADÃO - 4/10/2017
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SOLANGE MACEDO
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THIAGO TEIXEIRA/ESTDÃO-12/7/2012

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