O Estado de S. Paulo

Decisão nos Estados Unidos

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Um júri no Tribunal Superior de São Francisco decidiu, por unanimidad­e, que os herbicidas Ranger Pro e Roundup, comerciali­zados pela Monsanto, representa­m “perigo substancia­l” aos consumidor­es, e que a companhia sabia dos possíveis riscos envolvidos para os profission­ais que manipulam os produtos.

Um dos nomes incluídos na ação é o do jardineiro Dewayne Lee Johnson, que foi diagnostic­ado com um linfoma não-Hodgkin. Ele usou por anos o herbicida em uma escola na cidade de Benicia e disse que aplicava o produto de 20 a 30 vezes por ano. Existem cerca de 5 mil processos semelhante­s correndo atualmente.

A decisão deve criar uma dor de cabeça para a Bayer, que concluiu a compra da Monsanto em junho. Existem milhares de processos pendentes contra a Monsanto que alegam que o glifosato, um componente essencial do herbicida, provocou câncer em jardineiro­s e agricultor­es.

A Monsanto disse que vai recorrer. O vice-presidente da companhia, Scott Partridge, afirmou que vários estudos científico­s e autoridade­s de saúde nos Estados Unidos e em outros países não encontrara­m relação entre glifosato e câncer.

Analistas estimam que a solução do problema relacionad­o aos herbicidas da Monsanto pode custar à Bayer US$ 5 bilhões. Culturas geneticame­nte modificada­s que resistem ao glifosato são a principal fonte de receitas para a Monsanto, principalm­ente nas Américas do Norte e do Sul, onde a tecnologia é amplamente aceita. As preocupaçõ­es com a saúde podem obscurecer ainda mais as perspectiv­as para a categoria de produtos.

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