Amazon se prepara para lançar no Brasil rival do Spotify.
Serviço de streaming de música, Amazon Music pode chegar aqui ainda em 2018; em seu site, empresa busca executivo para liderar operação
A americana Amazon prepara para os próximos meses o lançamento no Brasil de seu serviço de streaming de música, o Amazon Music. Segundo fontes do mercado ouvidas pelo ‘Estado’, a chegada da plataforma por aqui deve ocorrer entre o fim de 2018 e o primeiro trimestre de 2019 – janela necessária para montar equipe, estruturar a operação e fechar as parcerias para o serviço começar a rodar.
As primeiras iniciativas já saíram do papel: nas últimas semanas, a americana tem realizado reuniões para apresentar o projeto ao ecossistema brasileiro de música, considerando gravadoras e editoras do setor. Segundo as fontes, porém, há poucos detalhes sobre o serviço em si – questões específicas de catálogo ou remuneração, por exemplo, não entraram em pauta nesta fase inicial. Procurada pelo Estado, a Amazon disse que não comentaria o assunto.
Além disso, a Amazon também publicou em seu site de empregos um anúncio à procura de um executivo para liderar a operação do serviço no País, a partir de seus escritórios em São Paulo. Na descrição da vaga, busca-se um profissional “com experiência comprovada em estabelecer negócios de mídia fora dos Estados Unidos para liderar nosso negócio no Brasil”. O escolhido terá de montar uma equipe para tocar o serviço
por aqui e deve ter conhecimento de “áreas como desenvolvimento de negócios, marketing, finanças e tecnologia”, além de cuidar para a criação de um serviço “com relevância para o consumidor local”.
Disputa. Criado em 2014, como uma plataforma apenas para os assinantes do Prime, programa de vantagens da Amazon, o Amazon Music se tornou um serviço de streaming independente no final de 2016. Nos EUA, sua tarifa mensal custa US$ 10. Recentemente, a empresa disse que o Amazon Music tem “dezenas de milhões” de usuários – estimativas do mercado dão conta de que seriam pelo menos 20 milhões de contas ativas.
É um número que coloca a Amazon em boa posição no mercado global. O líder Spotify tem hoje 83 milhões de assinantes, seguido pelo Apple Music, com 40 milhões. Além disso, o Amazon Music já supera o número de usuários de outros serviços conhecidos, como a francesa Deezer, que diz ter hoje 12 milhões de usuários – entre assinantes e quem acessa o serviço gratuitamente, com anúncios.
Ao chegar aqui, a Amazon disputará um mercado em expansão: em 2017, os serviços de transmissão de música pela internet faturaram US$ 162,8 milhões, em crescimento de 64% na comparação com 2016 – além das plataformas de streaming, os dados incluem o site de vídeos YouTube. Os dados são da Pró-Música Brasil (exABPD), entidade que reúne as gravadoras do País.
A empresa terá rivais fortes: hoje, Spotify, Deezer e Apple Music já estão no mercado brasileiro. Criado pelo rapper Jay-Z, o Tidal tem presença tímida no País, mas reforçou recentemente sua equipe de curadoria local.
Além disso, há o Google Play Música, da gigante de buscas. O serviço pode ter uma reforma em breve – lá fora, a empresa já substituiu a marca pelo YouTube Music, que reúne o Google Play Música e também oferece a possibilidade remover anúncios exibidos em videoclipes, no site de vídeos. Ainda não há, porém, previsão da chegada do YouTube Music por aqui.