Itaú quadruplica sede do centro de inovação para startups Cubo
Feito em parceria com o fundo Redpoint eVentures, espaço poderá receber até 200 empresas inovadoras em São Paulo
O Itaú abriu ontem a nova sede do Cubo, centro de inovação voltado para startups tocado em parceria com o fundo Redpoint eVentures. O novo espaço fica na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista, tem 20 mil metros quadrados – quatro vezes mais que o anterior, criado em setembro de 2015 – e quer sediar 200 empresas iniciantes de tecnologia, recebendo cerca de 2 mil pessoas todos os dias.
“A proposta do Cubo é fomentar o empreendedorismo, criar valor para o País e criar negócios”, disse Ricardo Guerra, diretor executivo de tecnologia do banco, durante coletiva de imprensa realizada na inauguração do espaço. “Obviamente, com isso, o banco também vai se beneficiar.” O Itaú não abre os investimentos feitos uma vez que o Cubo é uma empresa sem fins lucrativos e que o banco não espera retorno financeiro da iniciativa.
O executivo garante, no entanto, que a instituição já ganhou em múltiplas frentes com o investimento no espaço, especialmente em adoção de novas tecnologias e aperfeiçoamento de sua cultura.
Expansão. Por ora, o espaço abriga 65 startups diferentes – cerca de 1,5 mil já foram avaliadas pela equipe do Cubo para estar no espaço. A meta, de acordo com Guerra, é abrigar mais de 200 empresas novatas, número este que deve variar dependendo do tamanho das empresas e também do tempo de permanência. Hoje, cada empresa paga R$ 1 mil por assento reservado no espaço.
A ideia para a criação do novo Cubo, conforme o diretor de tecnologia do banco e responsável pelo centro, Lineu de Andrade, surgiu 18 meses após a inauguração da primeira versão.
De lá para cá, os números da iniciativa se multiplicaram. Os negócios gerados entre grandes empresas e startups praticamente dobraram neste ano em relação a todo o exercício de 2017, saltando de 373 contratos no ano passado para mais de 720 de janeiro a julho. O faturamento seguiu na mesma toada, passando de R$ 110 milhões para mais de R$ 230 milhões, na mesma base de comparação. Além disso, o investimento das grandes empresas nos modelos de negócios das startups em 2018 já equivale a todo o montante aportado em 2017.
“Nosso objetivo com o Cubo é fomentar o ecossistema. O valor que temos aqui dentro é criar um centro de gravidade para que as grandes empresas, as mais jovens, universitários, investidores, todos possam se reunir, aprender e fazer negócios”, disse Guerra. Além do Itaú e do fundo Redpoint eVCentures, o Cubo tem 18 mantenedores – a maioria deles, grandes corporações. Segundo Lineu, no novo espaço a expectativa é ampliar esse número para um total de 30 empresas diferentes.
O novo espaço passa a contar com cinco verticais, lideradas por empresas especializadas em cada setor. São elas: educação, com a Kroton, saúde, com a Dasa, varejo, com a BRMalls, fintech, com o Itaú e Rede (ex-Redecard), e indústria, esta última ainda com o parceiro em aberto. O banco não descarta, porém, a abertura de outras verticais. “O setor agro brilha aos nossos olhos”, disse Guerra.