O Estado de S. Paulo

Com novas DOs, Chile se rende ao terroir

- ISABELLE MOREIRA LIMA

A burocracia chilena finalmente se rendeu ao conceito de terroir. O país ganhou quatro novas denominaçõ­es de origem – Apalta, Los Lingues, Lo Abarca e Licantén. A grande novidade é que, pela primeira vez, as DOs foram delimitada­s com base em caracterís­ticas geográfica­s e não apenas em fronteiras como era o costume ali.

Os chilenos comemorara­m. “Ao basear-se nas novas denominaçõ­es, será possível aprofundar-se em sabores e regiões com mais precisão”, afirma o sommelier chileno Hector Riquelme.

Até 1994, o Chile não trazia sequer o nome da região produtora nos rótulos. Naquele ano, o país passou a ter as regiões produtoras divididas entre norte e sul e os rótulos incluíram o nome da cidade de origem. Em 2013, os vales foram divididos longitudin­almente em três setores: Andes, mais ao leste; Entre Cordilheir­as, bem no meio do país; e Costa, ao longo do litoral, a oeste.

Para o consumidor, as novas DOs podem indicar qualidade mas correm o risco de desaparece­r em meio a um mar de denominaçõ­es que seguem as delimitaçõ­es das províncias e são mais de 70. “O consumidor pode demorar um pouco para absorver as mudanças, mas acreditamo­s que no médio prazo será um grande passo para entender melhor o vinho”, diz o presidente da Wines of Chile, Mario Pablo Silva, da Casa Silva.

As novas DOs devem acelerar o plano estratégic­o 2025: vender massivamen­te vinhos na faixa de R$ 120 a R$ 150. O país, que sempre foi conhecido como alternativ­a barata, quer agora divulgar sua diversidad­e e projetos mais inovadores.

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CASA SILVA Nova DO. Los Lingues, onde a Casa Silva produz Carmenère
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