O Estado de S. Paulo

Advogada militante decide tentar vaga na Assembleia

- José Maria Tomazela SOROCABA

Depois de mais de 20 anos militando na área social, em defesa dos direitos da mulher, e cobrando dos políticos mais atenção para a saúde feminina, a advogada Adiene Brenga, de Sorocaba, interior de São Paulo, decidiu passar para o outro lado.

Ela vai estrear na política partidária como candidata a uma cadeira na Assembleia Legislativ­a pelo PMN. “Esse tempo todo a gente quase só ouviu críticas aos políticos, mas aí me perguntei: se posso fazer alguma coisa, por que não faço? Então me filiei ao partido”, disse Adiene, de 50 anos. “As mulheres têm dupla ou tripla jornada, precisam dividir o tempo com a família e o trabalho, e acabam ficando com medo de entrar na política.”

Professora e advogada, Maria Lúcia Amary, de 67 anos, tenta nesta eleição seu quinto mandato como deputada estadual pelo PSDB, mas ainda vê a política dominada pelos homens.

Já são 23 anos no meio, desde que assumiu a presidênci­a do PSDB de Sorocaba, em 1995 – a primeira mulher a dirigir um partido na cidade – e ela ainda se queixa do tratamento desigual. “Muitos partidos não apoiam as candidatur­as femininas. Sempre foi extremamen­te difícil captar recursos para candidatur­as de mulheres, que têm preocupaçã­o em participar da política por ser um meio ainda predominad­o por homens. Sem falar que as mulheres se preocupam mais com a exposição da família”, disse.

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