O Estado de S. Paulo

Defesa de Marin acusa a Fifa de cumplicida­de nos crimes

- Jamil Chade / GENEBRA

A Fifa e a Conmebol foram “cúmplices” na corrupção do futebol e a prática de pagamento de propinas fazia parte da “estrutura” dessas entidades. A denúncia faz parte da posição adotada pelos advogados do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que questionam na Justiça americana a iniciativa da Fifa de se apresentar como vítima dos desvios e pedir ressarcime­nto.

Marin foi condenado por corrupção e na quarta-feira conhecerá sua sentença. A promotoria americana pede dez anos de prisão e multa de pelo menos R$ 26 milhões. A defesa do brasileiro, porém, que não considera a Fifa e outras entidades do esporte vítimas do ex-cartola.

A Fifa e a Conmebol querem recuperar pelo menos US$ 120 milhões (R$ 468,5 mi) de Marin e dos demais dirigentes que já admitiram os crimes. Numa resposta à Corte, os advogados de Marin rejeitaram os pedidos. Segundo eles, não existem evidências do dano causado às entidades. A defesa insiste que “a Fifa e organizaçõ­es subsidiári­as não deveriam receber restituiçã­o por conta de terem sido cúmplices nas ofensas denunciada­s”.

Para a promotoria dos EUA, “o fato de a corrupção no futebol ser endêmica não faz de Marin menos culpado”. Os procurador­es sustentam que, ao assumir a CBF, Marin “imediatame­nte estendeu a mão para propinas”.

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