Copa Davis sofre mudança radical e vai ter sede única
A partir do próximo ano, torneio será disputado em apenas uma semana e reunirá equipes de 18 países na briga pela taça
A Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) anunciou ontem que aprovou uma reforma radical no formato de disputa da Copa Davis, que a partir de 2019 será realizada em sede única e terá apenas uma semana de duração, na qual 18 países lutarão pelo título da principal competição de nações da modalidade.
A entidade informou que o novo sistema criado para a competição foi ratificado em uma assembleia em Orlando, nos Estados Unidos, onde 71,43% dos participantes de uma votação foram favoráveis a esta mudança. A modificação foi impulsionada pela empresa Kosmos, cujo fundador e presidente é Gerard Piqué, zagueiro do Barcelona e que no último sábado anunciou sua aposentadoria da seleção espanhola.
Será uma revolução na tradicional Copa Davis, disputada há 118 anos com confrontos em diversas sedes diferentes e sempre com um país atuando como mandante. E a primeira edição da competição contendo este novo formato já tem sua data marcada. Será entre os dias 18 e 24 de novembro do ano que vem, em Madri, na Espanha, ou Lille, na França. Em comunicado ontem, a ITF prometeu anunciar a sede definitiva “nas próximas semanas”.
O presidente da entidade, David Haggerty, comemorou a aprovação do novo formato. “Estou muito contente que as nações votaram para garantir o status de longo prazo da Copa Davis”, afirmou o dirigente norte-americano, apostando que a mudança elevará o torneio a um “novo padrão”. “Este novo evento criará um verdadeiro festival de tênis e entretenimento, que será mais atrativo para jogadores, fãs, patrocinadores e emissoras”, aposta.
Com este sistema de disputa em tiro curto, a ITF espera que a Davis se torne prioridade de todos os tenistas de elite, o que não ocorre em muitos confrontos entre países atualmente por causa de problemas de calendário ou de prioridades dadas aos jogadores a outras competições da ATP. E a ITF vê essa mudança também como forma de promover futuras gerações de tenistas por acreditar que a Davis passará a gerar maiores quantias em dinheiro aos países envolvidos nesta competição.
“Além disso, as novas receitas que o evento vai gerar terão um efeito transformador no desenvolvimento do tênis em todas as nações”, disse Haggerty, bastante otimista.
Este novo formato de disputa foi proposto pela empresa de Piqué, sendo que o presidente da ITF acredita que o formato renderá US$ 25 milhões (cerca de R$ 97 milhões) anuais às federações envolvidas e outros US$ 20 milhões (algo em torno de R$ 78 milhões) aos tenistas.