Stone seleciona bancos e planeja IPO em NY em 2018
Seguindo os passos da PagSeguro, do Uol, e ignorando o ambiente pré-eleitoral no Brasil, a Stone, de maquininhas de cartão, já contratou os bancos de investimento para estruturar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), planejada para ocorrer na bolsa de Nova York, a Nyse. Ao todo, foram contratados seis bancos para a operação. A ideia é buscar múltiplos altos no mercado americano, onde empresas de tecnologia encontram um ecossistema mais vasto. A PagSeguro movimentou cerca de R$ 7 bilhões em seu IPO, em janeiro, e já fez uma oferta subsequente (follow on) em junho último. A Stone é controlada pelos fundadores André Street e Eduardo Pontes e tem, entre seus acionistas, a britânica Actis, a brasileira Gávea Investimentos e a americana Madrone Capital Partners. Procurada, a empresa não comentou.
» Ringue. Uma segunda - e aquecida - disputa deve ser travada pelas empresas especializadas na aquisição de créditos vencidos Jive Investiments e Enforce, do BTG, pela carteira de R$ 550 milhões (valor de face) do Banco BVA. Os créditos receberam autorização para serem vendidos pelo juiz da liquidação extrajudicial na semana passada e carregam recursos que ficaram de fora de uma outra carteira, de R$ 2,1 bilhões, arrematada em outubro do ano passado pela Enforce. Como na cisão dessa carteira há créditos que ficaram divididos, o interesse da Enforce aumenta, já que, com as duas carteiras em mãos, tem chance de negociar melhor a recuperação junto aos credores que tiveram suas dívidas separadas.
» Quem dá mais. A Jive, por sua vez, empenhou-se para ficar com a primeira carteira na ocasião, ao apresentar, por exemplo, 88 lances no leilão realizado para sua venda. Tanto que, de um lance inicial de R$ 185 milhões, a Enforce a levou por R$ 211 milhões, um ágio de 14%. Esta segunda carteira foi avaliada pela EY em R$ 71 milhões e o lance inicial deve ficar próximo disso. Ela é composta por 81 certificados de crédito bancário de 54 companhias, representando um tíquete médio de R$ 10 milhões. Procurada, a Jive afirmou interesse na carteira, “desde que a um preço que faça sentido”. A Enforce não comentou.
» GLR PWR. O Santander Brasil obteve R$ 200 milhões - ou US$ 50 milhões - junto ao CAF, o banco de desenvolvimento da América Latina, para impulsionar a inclusão financeira das mulheres. A linha, que poderá ser usada em operações de comércio exterior e de capital de giro, tem como objetivo desenvolver Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que sejam controladas majoritariamente pelo público feminino.
» Corrida. O Grupo Abril, que edita publicações como Veja e Exame e que acaba de pedir recuperação judicial, negocia um aporte de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões junto a fundos distressed, aqueles com expertise em recuperar empresas em situação especial. Estariam nas rodadas de conversações nomes como Jive, Starboard, Prisma, Legion Holdings, de Fabio Carvalho, ex-presidente da Casa & Vídeo, e outras gestoras especializadas. Procurada, a Abril não se manifestou. Os fundos também não comentaram.
» Receita. O setor de ingredientes alimentares no Brasil tem chamado a atenção, tanto de investidores quanto de empresas, e a expectativa é de que o volume de transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), apenas nesse nicho, chegue em R$ 780 milhões nos próximos dois anos no País. A projeção foi feita pela Food & Beverage, do Global M&A Partners, que tem como acionista a butique de investimentos Condere. O estudo aponta que o mercado brasileiro é ainda bastante fragmentado, com fornecedoras de empresas globais que faturam, em média, de R$ 50 milhões a R$ 150 milhões ao ano. No mundo, esse é um mercado de US$ 76 bilhões. A estimativa é de que esse mercado alcance, globalmente, US$ 91 bilhões em 2020.
» Conectados. A TÜV Rheinland Brasil espera ampliar o market share no mercado de certificação de dispositivos da Internet das Coisas no País, dos atuais 5% para 20%, em um período de até três anos. Para chegar nesse ponto, a companhia acaba de investir R$ 3 milhões em seu novo laboratório de testes em compatibilidade eletromagnética, wireless e dispositivos IoT. Além do laboratório, inaugurado em São Paulo, a empresa possui “labs” dedicados a estas tecnologias em vários países, como Estados Unidos, Suécia, Japão, China e Índia.
» Frágil. As vendas no varejo seguiram com desempenho modesto em julho ao crescerem 1,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, conforme o SpendingPulse, Indicador de Varejo da Mastercard, que será divulgado nesta sexta-feira, dia 17. O índice exclui automóveis e materiais de construção. A leitura é que a despeito da pequena melhora no desemprego e na renda, o ambiente político e econômico continua incerto, o que deve fazer com que o ritmo de expansão continue modesto pela frente.