O Estado de S. Paulo

TRT do Rio suspende venda de distribuid­oras

- Luciana Collet

O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Janeiro (TRT-RJ) suspendeu a privatizaç­ão das distribuid­oras da Eletrobrás no Norte de Nordeste do País que estava marcada para 30 de agosto. Segundo a assessoria do TRTRJ, a decisão foi tomada pelo órgão especial, que julgou o agravo regimental impetrado pelo sindicato dos trabalhado­res da empresa contra uma decisão do presidente do tribunal, que cassou a liminar concedida em junho aos trabalhado­res pela 49.ª Vara do Trabalho, determinan­do a suspensão da privatizaç­ão. Agora, essa liminar volta a ter validade, informou o TRT-RJ.

A liminar suspende a privatizaç­ão das seis distribuid­oras: Amazonas Energia, Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa Vista Energia, Companhia de Eletricida­de do Acre (Eletroacre), a Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e Companhia Energética do Piauí (Cepisa). A Cepisa foi vendida em julho, mas o TRT-RJ não informou se a venda terá de ser suspensa também.

O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, disse ontem que a companhia “está em debate” com a Advocacia-Geral da União (AGU) para discutir a decisão do TRT-RJ. Estátá marcado para o próximo dia 30 o leição de pelo menos três distribuid­oras, tendo em vista que duas estão impedidas de serem ofertadas por outras questões.

Ferreira Junior comentou que os trabalhado­res não têm visão “da quantidade de trabalho” que haverá quando um novo controlado­r assumir as distribuid­oras e citou o fato de que os investidor­es terão de realizar aportes de capital nas empresas, o que permitirá que elas dobrem o volume de investimen­to em relação aos níveis desembolsa­dos pela Eletrobrás, melhorando os serviços de energia para todas as áreas de concessão.

Segundo ele, a privatizaç­ão da Cepisa vai resultar em redução imediata de 8,5% nas tarifas dos consumidor­es locais. “São 8,5% de desconto na tarifa de 3,2 milhões de brasileiro­s que vivem naquele Estado contra os 3 mil empregados que sentem ter seus empregos ameaçados.”

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