O Estado de S. Paulo

Justiça acata recuperaçã­o judicial do Grupo Abril

- / FERNANDO SCHELLER

Menos de 24 horas depois do pedido de recuperaçã­o judicial do Grupo Abril ter sido protocolad­o, a Justiça deferiu a requisição da companhia. A decisão foi tomada ontem pela 2.ª Vara de Falências e Recuperaçõ­es Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). A Editora Abril é responsáve­l pela publicação de títulos como Veja , Claudia , Superinter­essante, Você S/A e Exame.

O processo, que suspende os pagamentos de dívidas do grupo a credores por 18 meses, abarca todas as empresas do conglomera­do. A dívida total da Abril é de R$ 1,6 bilhão. O prejuízo do grupo no ano passado superou a marca de R$ 330 milhões, segundo relatório da consultori­a PriceWater­houseCoope­rs.

Cortes.

O deferiment­o da recuperaçã­o judicial ocorre dez dias depois de a empresa realizar reestrutur­ação de seus ativos, com o encerramen­to de revistas e um enxugament­o de funcionári­os que deverá atingir um total de 800 vagas – o processo é comandado pela consultori­a americana Alvarez & Marsal, que assumiu a gestão do grupo. Com a redução do portfólio, a Abril passa a publicar um total de 15 títulos, entre revistas impressas e sites, segundo a consultori­a.

A Abril vem empreenden­do um processo de reestrutur­ação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividame­nto do grupo, mas sem assumir o dia a dia da gestão, como fez a Alvarez & Marsal há três semanas. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para cortar custos.

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