O Estado de S. Paulo

Inquérito da Registro Espúrio acusa 39 pessoas

- BRENO PIRES e F.S.

A Polícia Federal concluiu os trabalhos de investigaç­ão na Operação Registro Espúrio e afirma que 39 pessoas participar­am de grupo para fraudar registros sindicais no Ministério do Trabalho.

O relatório da PF, apresentad­o ontem ao Supremo Tribunal Federal e já encaminhad­o à Procurador­ia-Geral da República, aponta que o comando do esquema era feito por políticos, incluídos o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura e os deputados federais Jovair Arantes (PTB-GO), Cristiane Brasil (PTB-RJ), Paulinho da Força (SD-SP), Wilson Santiago Filho (PTB-PB) e Nelson Marquezell­i (PTB-SP), além do presidente do PTB, Roberto Jefferson.

O documento da PF, a que o Estado teve acesso, também aponta indícios de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, mas não individual­iza as condutas neste ponto. A Operação Registro Espúrio foi deflagrada em 30 de maio, e teve duas outras fases.

Caberá à Procurador­ia decidir se apresenta denúncia, descrevend­o o papel de cada um, ou se pede arquivamen­to ao ministro-relator do Supremo, Edson Fachin. Por se tratar de inquérito do STF, a Polícia Federal não tem poder de indiciar diretament­e os investigad­os.

Para os delegados, as diligência­s cumpridas durante as três fases da operação comprovara­m a existência de uma “verdadeira organizaçã­o criminosa” estável e permanente, com estrutura complexa, cujo propósito era viabilizar a concessão fraudulent­a do registro sindical.

Os envolvidos nas investigaç­ões negam ter cometido qualquer irregulari­dade. /

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