Até os democratas evitam falar em uma destituição
Em entrevista à Fox News, Donald Trump descartou a hipótese de impeachment. “Não vejo como afastar alguém que está fazendo um grande governo”, afirmou. Por outras razões, líderes democratas estão aconselhando os candidatos do partido a tratar com cuidado o tema. Em certos círculos, o conselho é entendido como covardia, pois não há dúvida de que muitos eleitores democratas acreditam haver motivos suficientes para destituir Trump. Não dá para ignorar a frustração do eleitorado democrata com políticos que evitam confrontar os republicanos com a mesma agressividade deles.
Acreditar que Trump mereça impeachment, porém, não levará os democratas de volta à Casa Branca. Primeiro, é preciso encarar uma realidade: são necessários 67 votos para condenar Trump no Senado e nada indica que 15 ou 20 senadores republicanos votem pela destituição do presidente. Assim, apoiar o impeachment significa barrar Trump na Câmara para, em seguida, vêlo absolvido no Senado.
Pode-se argumentar que, mesmo assim vale a pena tentar. Mas, se a intenção for realmente tirar Trump do poder, é preciso levar em conta que a chance é muito pequena. Não só isso. É quase certo que, quando o procurador especial Robert Muller concluir sua investigação, mais será revelado sobre o que Trump fez antes, durante e depois da campanha de 2016, talvez tornando o impeachment mais plausível.
A verdade é que, embora adoremos falar sobre o impeachment em Washington, não há muitos congressistas levantando essa bandeira. Eles estão mais concentrados em temas como saúde, salários e corrupção do que no julgamento do presidente.