CARNE, PARA MUITOS, SÓ PODRE
Em Maracaibo, cidade que já foi considerada a Arábia Saudita da Venezuela por suas reservas de petróleo e pela riqueza proporcionada pela commodity, os moradores fazem fila para comprar carne estragada, já que não é mais possível refrigerar alimentos em razão da falta de energia constante.
A região vive essa realidade há mais de 9 meses e a situação tem piorado. Alguns cidadãos ficam doentes depois de comer carne podre, mas como o produto é vendido a preços baixos, em muitos casos tem sido a única maneira que muitos venezuelanos encontraram para ingerir proteína em um país cada vez mais afetado por uma severa crise econômica.
“(A carne) tem um cheiro forte, mas é só enxaguar com um pouco de vinagre e limão”, ensina Yeudis Luna, pai de três garotos, enquanto compra cortes de carne já escurecida em um açougue de Maracaibo, a segunda maior cidade da Venezuela.
O governador do Estado de Zulia, onde fica Maracaibo, Omar Prieto, disse recentemente que sua administração trabalha para acabar com os blecautes, mas ainda não é possível dizer quando a situação será normalizada.
A ponte sobre o Lago Maracaibo é uma velha lembrança de quando a situação do país era melhor. A estrutura de oito quilômetros de comprimento brilhava à noite com milhares de luzes, ligando a cidade ao restante da Venezuela. Hoje, as luzes da ponte não são mais acesas e muitas plataformas de petróleo quebradas se espalham pelo lago, cujas margens estão bastante poluídas.