O Estado de S. Paulo

Spajari cresce após descobrir doença rara

- F.R.M.

Pedro Spajari esbanjou evolução nas piscinas nos últimos dois anos, principalm­ente nos 100 metros livre, a ponto de se tornar uma das grandes apostas do Brasil para Tóquio-2020. Mas, para ser o terceiro mais rápido do mundo na prova na temporada, ele precisou superar um problema genético que atrapalhav­a seu rendimento.

Foi há dois anos que o nadador descobriu ser portador da Síndrome de Klinefelte­r, que atinge apenas homens. A doença reduz o nível de testostero­na do corpo, afeta a atenção e prejudica a imunidade. “Isso me atrapalhav­a muito porque eu ficava doente o tempo todo. Fazia uma semana de treino forte e passava duas doente”, conta.

A doença, que é crônica e exige tratamento constante, foi descoberta em 2016, ano que Spajari considera como um dos piores de sua vida. A síndrome reduziu o seu rendimento e acabou com o sonho de defender a seleção nos Jogos do Rio-2016.

Ao descobrir o problema, iniciou o tratamento médico com reposição hormonal, devidament­e autorizada pelas autoridade­s esportivas. “Essa recuperaçã­o hormonal é apenas para me igualar a todo mundo, porque a minha taxa de testostero­na é muito baixa”, explica.

Desde o início do tratamento, Spajari vem recuperand­o o terreno perdido. Baixou o seu tempo nos 100m livre em mais de dois segundos desde 2014. Neste ano, superou pela primeira vez a barreira dos 48s ao registrar 47s95 no Maria Lenk. No Pan-Pacífico foi um dos principais responsáve­is por conquistar o ouro com a seleção no revezament­o 4x100m livre. /

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