O Estado de S. Paulo

Santos critica Independie­nte e fala em ‘premeditaç­ão’

Presidente Peres diz que rivais argentinos tiveram conduta desonesta. Conmebol tem de tomar uma decisão até terça

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O presidente do Santos, José Carlos Peres, não escondeu a insatisfaç­ão com o imbróglio sobre uma suposta escalação irregular do volante Carlos Sánchez no confronto de terça-feira diante do Independie­nte, na Argentina, pelas oitavas de final da Libertador­es. O dirigente brasileiro considerou que a forma como o caso se desenrolou comprova a “premeditaç­ão” de alguma das partes envolvidas.

“Ficamos indignados. Eles esperam a partida terminar e cinco minutos depois já vem a comunicaçã­o de que o atleta estava irregular. Então, já estava pensado nisso, né?”, comentou o dirigente, referindo-se aos dirigentes do time argentino.

Momentos depois do empate por 0 a 0, surgiu a especulaçã­o de que Sánchez teria sido escalado de forma irregular. Isso porque o jogador havia sido expulso em sua última partida pela Copa Sul-Americana, ainda pelo River Plate, em 2015, e teria jogos de suspensão a cumprir, mesmo após a anistia promovida pela Conmebol em 2016, quando reduziu pela metade a pena em vigor aos jogadores em competiçõe­s continenta­is.

A suspeita é de que Sánchez havia sido punido com três jogos, o que o impossibil­itaria de encarar o Independie­nte agora. O Santos, por sua vez, garante que o sistema eletrônico da Conmebol classifica­va o uruguaio como apto a jogar. Ainda assim, a entidade abriu processo disciplina­r para investigar o caso. “Se existe um sistema eletrônico, você precisa confiar nele. Você entra com o nome do jogador e o registro dele aparece na tela, com todos os dados do atleta, as punições que pode ter. No caso do Sánchez, está zerado o número de partidas a cumprir pena”, disse Peres.

O presidente santista ainda reclamou da postura do Independie­nte em um encontro amigável entre as diretorias no dia anterior à partida. “Jantamos com eles, nos deram as boasvindas. Eles deveriam ter nos avisado de que poderia ocorrer algum mal-entendido e nós teríamos tirado o jogador.”

Torcida. O imbróglio jurídico envolvendo a escalação de Carlos Sánchez no jogo de ida das oitavas da Libertador­es parece não ter desanimado a torcida do Santos. Até ontem, o clube havia vendido 30 mil entradas para o jogo de terça-feira, no Pacaembu. Uma decisão desfavoráv­el ao Santos no caso do jogador Sánchez deverá provocar a aplicação do placar padrão para W.O., que seria vitória de 3 a 0 para o Independie­nte. Por isso, a decisão da Conmebol dever ser tomada com rapidez, antes da partida de volta no Brasil.

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