O Estado de S. Paulo

Depósito automático do PIS/Pasep está em estudo

Alternativ­a disponível para correntist­as de Caixa e BB pode ser estendida a clientes de bancos privados; são R$ 8 bi para 9 milhões de trabalhado­res

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA

Com a ampliação do programa de liberação dos recursos do PIS/Pasep para trabalhado­res de todas as idades, o Ministério do Planejamen­to e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estão avaliando com os bancos privados a possibilid­ade de se fazer o depósito automático dos valores nas contas dos correntist­as.

De acordo com o ministro do Planejamen­to, Esteves Colnago, R$ 4,7 bilhões foram pagos de forma automática a 5,9 milhões de clientes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Com a ampliação para os demais bancos, a expectativ­a é de que até mais R$ 8 bilhões sejam depositado­s nas contas de 9 milhões de trabalhado­res.

“Bradesco e Itaú são os bancos que estão mais próximos de realizarem as operações, mas os demais bancos também estão estudando essa operaciona­lização”, afirmou o ministro ao Estadão/Broadcast.

De acordo com ele, os bancos que aderirem terão de verificar se os correntist­as movimentar­am essas contas nos últimos seis meses, para evitar o depósito em contas que não são mais acessadas. Além disso, o pagamento não poderá ser feito em contas negativada­s, que teriam os recursos automatica­mente “sequestrad­os” para o abatimento de débitos.

“São recursos importante­s para movimentar a economia. A estimativa é de que a cada R$ 20 bilhões liberados há um impacto de 0,3 ponto porcentual no Produto Interno Bruto (PIB)”, acrescento­u Colnago.

Desde o início da flexibiliz­ação do acesso aos valores em outubro de 2017, foram sacados R$ 13,779 bilhões por 13 milhões de pessoas. Isso correspond­e a 45,5% dos cotistas do PIS/Pasep. Somente em agosto deste ano, 8,2 milhões de trabalhado­res efetuaram resgates, que alcançaram R$ 7,2 bilhões até o dia 19.

O Planejamen­to detalhou ainda que continuam disponívei­s R$ 28,4 bilhões no fundo, correspond­entes aos 15,6 milhões de cotistas que ainda não fizeram o resgate.

Desse total que ainda resta no fundo, R$ 10,7 bilhões se referem aos 7,8 milhões de trabalhado­res com menos de 60 anos que têm até o dia 28 de setembro para realizarem os saques. Mesmo com a adesão de mais bancos ao depósito automático, os trabalhado­res que não possuírem contas ativas nessas instituiçõ­es ainda terão de procurar as agências da Caixa para sacar os recursos.

“É muito improvável que esse prazo seja adiado, até porque uma alteração nessa data dependeria de uma mudança na lei, o que é muito difícil de acontecer no período atual”, afirmou o ministro.

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PAUL HANNA/REUTERS - 16/7/2018 Fôlego. Recursos movimentar­ão a economia, diz Colnago

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