O Estado de S. Paulo

Isaquias é tri em Portugal

Depois de optar por não disputar o C1 500m nos dois últimos Mundiais, brasileiro supera rivais e retoma domínio

- LISBOA

O brasileiro Isaquias Queiroz festeja o tricampeon­ato no Mundial de Canoagem em Portugal.

Isaquias Queiroz mostrou mais uma vez ontem por que é o maior nome da canoagem velocidade do Brasil e um dos principais do planeta. Ele conquistou o tricampeon­ato mundial da prova C1 500m. Na final disputada na raia da cidade de Montemor-o-Velho, em Portugal, o baiano superou seus maiores adversário­s, o alemão Sebastian Brendel e o checo Martin Fuksa, que ficaram com a prata e o bronze, respectiva­mente. O brasileiro havia sido campeão da prova em 2013 e 2014.

“Estou muito feliz por ter ganhado do Brendel e do Fuksa, e com meu terceiro Mundial do C1 500m”, comemorou Queiroz. “Agora é descansar para ganhar desses monstros no C1 1000m”, prosseguiu, já com o pensamento na conquista de outra medalha de ouro. A decisão da prova será realizada hoje.

Medalhista olímpico nos Jogos do Rio-2016 – faturou a prata no C1 1000m e no C2 1000m e o bronze no C1 200m –, Isaquias teve de encarar uma luta dura com seus principais rivais. A disputa foi equilibrad­a, principalm­ente nos metros finais.

O brasileiro acabou levando a melhor e ganhou a prova com o tempo de 1min49s203, quase 1s5 mais rápido do que sua própria marca nas eliminatór­ias de quinta-feira, quando ficou com o quinto melhor tempo e avançou direto para a final sem precisar disputar a fase semifinal.

Brendel cruzou a linha de chegada em segundo lugar, com 1min49s496, e Fuksa foi o terceiro, com o tempo de 1min50s143.

Na prova de ontem, Isaquias teve um bom controle de sua embarcação e fez a tática correta na disputa. Largou atrás de Fuksa e de Brendel, mas, ao passar da marca de 250 metros, pegou a liderança e foi até o fim.

O alemão Brendel tentou um sprint final nos últimos metros da prova, mas não teve forças para tirar o ouro e o tricampeon­ato mundial do brasileiro da cidade baiana de Ubaitaba.

Superar Fuksa acabou sendo ainda mais especial para Isaquias. Isso porque o canoísta checo é bicampeão dessa prova e tinha vencido todas as competiçõe­s de que havia participad­o até ontem nesta temporada.

O brasileiro fez questão de enaltecer e agradecer o trabalho feito por seu técnico, o espanhol Jesus Morlán, em sua carreira. “(A medalha de ouro) foi 100% por causa do meu técnico. O treinament­o dele é essencial para mim. Senti um cansaço no finalzinho, mas tive forças para vencer. Sensaciona­l ser o melhor. Não tem preço isso”, disse Isaquias, em entrevista ao SporTV.

Ele não entrava no Mundial de C1 500m desde 2014. “Agora, voltei para dominar o meu lugar. Ser tricampeão mundial é muito bom, é consequênc­ia dos treinament­os, que foram bem feitos.”

Isaquias Queiroz optou por não participar da prova nos dois últimos Mundiais por causa da sua preparação para a Olimpíada do Rio.

A prova do C1 500m não é olímpica. Além dos três ouros nesta distância, o canoísta brasileiro tem outras cinco medalhas em Mundiais. Ele foi campeão do C2 1000m em Milão-2015 e bronze no C1 1000m em Racice2017, ambas provas olímpicas. Isaquias também tem um bronze no C2 200m e outro no C1 200m nos Mundiais em Moscou-2014 e Milão-2015, respectiva­mente.

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PAULO NOVAIS/EFE
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TAMAS KOVACS/EFE Brasil em Portugal. Isaquias Queiroz festeja sua primeira medalha de ouro no Mundial de canoagem velocidade. Hoje, brasileiro tenta mais um pódio

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