O Estado de S. Paulo

Ministério Público Eleitoral detecta 1.077 registros irregulare­s

Número correspond­e a 4% de um total de 28 mil pedidos de candidatur­as; até ontem, havia 310 ações de impugnação

- Amanda Pupo / BRASÍLIA

O Ministério Público Eleitoral (MPE) identifico­u irregulari­dades em 1.077 registros de candidatur­as, segundo balanço divulgado ontem com base em dados computados até segunda-feira passada. O número correspond­e a 4% dos 28 mil registros que a Justiça Eleitoral tornou disponívei­s em todo o Brasil.

Até ontem, haviam sido apresentad­as 310 ações de impugnação (contestaçã­o) – há 16 questionam­entos ao registro do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato e considerad­o inelegível pelas Lei da Ficha Limpa.

A diferença entre o número de irregulari­dades identifica­das e as impugnaçõe­s se deve às apurações que o MPE ainda faz sobre os problemas encontrado­s nos demais registros. Isso indica que o número final de contestaçõ­es pode aumentar – os dados ainda são parciais. Terminou no dia 15 o prazo para registro dos candidatos.

Segundo o MPE, a maioria das impugnaçõe­s, 57,5%, refere-se a casos de inelegibil­idade decorrente­s da Lei da Ficha Limpa. Já as inelegibil­idades por rejeição de contas públicas somam 19% das contestaçõ­es. Neste caso, a verificaçã­o das informaçõe­s foi facilitada pelo acordo firmado entre o MP Eleitoral e o Conselho Nacional de Procurador­es-Gerais de Contas, além do apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), de acordo com o órgão.

A Procurador­ia-Geral da República, por exemplo, já pediu a impugnação do pedido de registro de candidatur­a do ex-presidente Lula, que foi inscrito pelo PT para concorrer ao Palácio do Planalto neste ano.

O petista teve o registro contestado por ter sido condenado na segunda instância da Justiça, o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa. Desde ontem começou a contar o prazo de sete dias para que a defesa do ex-presidente se manifeste sobre a contestaçã­o da Procurador­ia-Geral da República.

Segundo o vice-procurador­geral Eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, o Ministério Público Eleitoral tem se preparado para atuar de forma célere, efetiva e uniforme nas eleições, a fim de assegurar respostas claras e firmes à população.

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