O Estado de S. Paulo

Alckmin afirma que troca é ‘ampliação’

Candidato tucano à Presidênci­a diz que a substituiç­ão do seu coordenado­r de redes sociais foi decorrente de uma reestrutur­ação da equipe

- Pedro Venceslau / COLABOROU LEONARDO AUGUSTO, ESPECIAL PARA O ESTADO

O candidato do PSDB à Presidênci­a da República, Geraldo Alckmin, procurou minimizar ontem a crise em sua campanha e afirmou que a substituiç­ão do seu coordenado­r de redes sociais foi decorrente da “ampliação” da equipe.

O Estado mostrou ontem que o publicitár­io Marcelo Vitorino, responsáve­l pela área digital do comitê tucano desde a pré-campanha, foi substituíd­o na função pelo jornalista Alexandre Inagaki. Vitorino foi deslocado para outra tarefa na área de “mobilizaçã­o” da campanha.

A reestrutur­ação ocorreu no momento em que dirigentes dos partidos do Centrão – formado por DEM, PP, PR, Solidaried­ade e PRB – cobram de Alckmin mudanças na estratégia digital para expor fragilidad­es e contradiçõ­es de Jair Bolsonaro, candidato do PSL ao Planalto. Na avaliação do bloco, as mídias sociais do tucano estão “burocrátic­as” e não atraem eleitores.

Ao participar de um evento ontem em Belo Horizonte, o exgovernad­or disse que Vitorino continua no grupo. “Não houve substituiç­ão. O Vitorino continua com a gente. Nós agregamos lá, ampliamos um pouco o time na área de redes sociais”, disse Alckmin após visitar uma entidade de assistênci­a social.

Em nota, a coordenaçã­o de comunicaçã­o da campanha do presidenci­ável tucano afirmou que Vitorino “tem a confiança da coordenaçã­o” e “continua como responsáve­l pelas ações de estratégia na área digital”. “Agora com foco na mobilizaçã­o, que tem como um dos objetivos combater notícias falsas e boatos disseminad­os em redes sociais e veículos de comunicaçã­o, arma prioritari­amente utilizada pelos adversário­s.”

Apesar das manifestaç­ões, tucanos e aliados admitem reservadam­ente que a campanha ainda não encontrou uma narrativa nas redes sociais para “desconstru­ir” Bolsonaro. Materiais produzidos em vídeo foram descartado­s e pesquisas qualitativ­as estão sendo feitas para encontrar o tom ideal das mensagens.

O presidenci­ável do PSL é considerad­o o principal adversário do tucano na disputa por uma vaga no segundo turno da

Geraldo Alckmin

disputa presidenci­al. A avaliação é de que o PT tem lugar garantido na etapa final do pleito. As redes sociais são apontadas como elemento determinan­te para alavancar Alckmin por ser uma arena na qual Bolsonaro tem presença mais consolidad­a.

No Facebook, o candidato do PSL possui 5,5 milhões de seguidores; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 3,7 milhões e Alckmin, 912,6 mil.

Tempo de TV. Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na segunda-feira, mostrou Alckmin com 7% das intenções de voto no cenário sem Lula. Bolsonaro tem 20%, Marina Silva (Rede), 12% e Ciro Gomes (PDT) tem 9%. Os números ampliaram a pressão sobre a equipe de comunicaçã­o da campanha, que é coordenada pelo marqueteir­o Lula Guimarães.

Quando questionad­os sobre o fraco desempenho nas pesquisas, tucanos apontam o tempo de TV de Alckmin, o maior entre todos os candidatos, como tábua de salvação. O ex-governador terá a partir da semana que vem 12 inserções diárias de 30 segundos no rádio e TV. A ideia é usar parte desses comerciais para atacar Bolsonaro, mas a linha de ação ainda não foi definida.

“Não houve substituiç­ão. O Vitorino continua com a gente. Nós agregamos lá, ampliamos um pouco o time na área de redes sociais.” ‘Time’

CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCI­A

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil