O Estado de S. Paulo

Pauta feminina domina agenda de Marina na 1ª semana

Candidata da Rede dá prioridade a agendas ligadas às mulheres, que, segundo pesquisa, são 2/3 do seu eleitorado

- Marianna Holanda

A pauta feminina passou a ser predominan­te na agenda imediata e nas redes sociais de Marina Silva, candidata da Rede à Presidênci­a. Única representa­nte das mulheres entre os principais candidatos ao Palácio do Planalto, Marina intensific­ou a abordagem desses temas após o último debate entre os presidenci­áveis na TV, quando confrontou Jair Bolsonaro (PSL).

Durante a primeira semana da campanha eleitoral, a candidata participou de eventos em que mulheres estão presentes ou tornam-se o foco de sua fala. Segundo um interlocut­or da campanha, agendas com o público feminino serão prioritári­as nas viagens da ex-ministra.

Na segunda-feira, Marina esteve no Instituto Maria da Penha, em Fortaleza, onde disse que “compromiss­o de vida” é o combate às diferentes violências contra a mulher. Hoje ela faz agenda de rua em Mauá com a militância feminina da Rede.

O posicionam­ento de Marina, mais assertivo quanto a pautas femininas, já vinha sendo desenhado – na revisão final das diretrizes do seu programa, ela fez questão de que políticas para mulheres, como crédito e creches, fossem destacadas em um capítulo próprio.

Com poucos recursos e 21 segundos de tempo no rádio e na TV, Marina encontrou um nicho de eleitores. A estratégia está alinhada com a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, que mostra que cerca dois terços do eleitorado da candidata da Rede é feminino, no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, é uma forma de a candidata mirar no eleitorado indeciso, que também é predominan­temente feminino – 64% – e de baixa renda – metade ganha menos de dois salários mínimos.

A ex-ministra, contudo, nega o rótulo de feminista e se diz “defensora dos direitos das mulheres e contra qualquer forma de discrimina­ção”.

“A gente tem focado cada vez mais no público feminino também nas redes sociais. Além de elas representa­rem a maior parte dos indecisos, são as que mais têm a perder com retrocesso­s e Marina é a única candidata na eleição”, disse o coordenado­r da campanha Lucas Brandão. A mobilizaçã­o tem focado em treinar voluntária­s para engajar grupos nas cidades.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil