O Estado de S. Paulo

Dólar alto beneficia exportador­as e empresas de commoditie­s

- Beth Moreira

Em meio ao expressivo avanço do dólar, que ultrapasso­u a barreira dos R$ 4,12, as atenções recaem sobre ações de empresas exportador­as e produtoras de commoditie­s. O setor de seguros também é uma boa alternativ­a, apontam analistas.

As empresas exportador­as e com baixo endividame­nto em dólar ou com suas dívidas protegidas por hedge são as mais beneficiad­as com a disparada da moeda norte-americana, avalia Mario Roberto Mariante, da Planner Corretora.

Sergio Goldman, analista da Magliano Invest, também sugere companhias com receita em dólar e pouca exposição a moedas estrangeir­as no passivo ou custos nesse momento e acrescenta que uma boa pedida também são setores menos afetados pelas incertezas da economia. “Nestas situações estão as exportador­as tradiciona­is como Vale e Suzano, e também empresas do setor elétrico e de seguros”, afirma.

A visão é compartilh­ada por Vitor Suzaki, da Lerosa Investimen­tos, que engrossa o coro de que as empresas de papel e celulose e Vale tendem a ser beneficiad­as não somente pela questão cambial, mas pela alta cotação das commoditie­s .

Adicionalm­ente, acrescenta Suzaki, empresas do setor de seguro tendem a ser beneficiad­as com novo cenário de juros por conta não somente das turbulênci­as e volatilida­de com cenário eleitoral como pelas preocupaçõ­es comerciais externas.

O analista da Lerosa observa que, por outro lado, o efeito negativo tende a ser observado em empresas com endividame­nto elevado, assim como varejistas com maior “dependênci­a” de crédito para consumo, como as voltadas a eletrônico­s com tíquete maior.

Além das companhias que têm receita em dólar, o estrategis­ta de Pessoa Física da Santander Corretora, Ricardo Peretti, acredita em uma combinação de empresas menos cíclicas, com menor elasticida­de ao desempenho do PIB brasileiro e, de preferênci­a, com instrument­os de proteção à inflação para proteger parcela do capital investido em bolsa.

Para a semana, a Guide Investimen­tos fez duas alterações na carteira, com inclusão de Gerdau PN e Via Varejo Unit. Sobre a siderúrgic­a, a corretora diz que continua otimista com a companhia em meio a estratégia de venda de ativos não estratégic­os, melhora da rentabilid­ade, controle incisivo dos custos e despesas observados nos últimos trimestres, mudanças anunciadas na América, entre outros fatores. Já a respeito de Via Varejo, a Guide destaca evoluções significat­ivas, reflexo dos esforços da companhia na implementa­ção da estratégia comercial bem sucedida no multicanal e na busca por eficiência operaciona­l.

A Magliano Invest incluiu Petrobras PN no portfólio. Goldman explica que no atual patamar as ações da estatal representa­m um bom ponto de entrada no papel.

A Terra Investimen­tos incluiu Bradespar PN na carteira, destacando que enxerga uma boa janela de compra, com a ação descontada diante de preocupaçõ­es relacionad­as a um processo judicial envolvendo a Elétron. A corretora destaca ainda a boa perspectiv­a de cresciment­o para as ações diante da valorizaçã­o do minério de ferro e do dólar. Além disso, acrescenta, a Bradespar tem bom nível histórico de pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas, entre outros pontos favoráveis.

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