O Estado de S. Paulo

A moderada recuperaçã­o da indústria

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A produção industrial dá sinais de ter iniciado um ciclo de cresciment­o que deve se estender pelos próximos meses. De acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), que ouviu dirigentes de 2.257 empresas, o índice de evolução da produção alcançou 52,2 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutiv­o em que esse índice ficou acima de 50 pontos, nível que separa as avaliações positivas das negativas.

É um sinal forte de que o setor está reagindo bem ao baque causado pela greve dos caminhonei­ros, que afetou o desempenho de toda a economia, em particular da indústria de transforma­ção. Como consequênc­ia da melhora da produção, aumentou a utilização da capacidade instalada, que alcançou 68%, o maior índice para julho nos últimos quatro anos.

“Estamos no início do segundo semestre, quando costuma ter aumento da atividade”, observou o economista da CNI Marcelo Azevedo. Pesquisa divulgada alguns dias antes pela entidade representa­tiva da indústria havia mostrado que os dirigentes do setor estão mais confiantes. Se esse estado de ânimo se mantiver, os resultados dos próximos meses deverão ser ainda melhores.

Todos os indicadore­s de expectativ­a estão no campo positivo (acima de 50 pontos). Um deles, o de intenção de investimen­to, é particular­mente relevante. Em agosto, esse indicador alcançou 51 pontos, revertendo a trajetória de queda observada nos seis meses anteriores.

A Sondagem mostra, porém, que em julho os estoques voltaram a ficar acima do planejado pelas empresas que, como reação aos problemas causados pela paralisaçã­o do transporte rodoviário em maio, fizeram fortes ajustes em junho.

Quanto à demanda futura, desde junho é crescente o otimismo das empresas. O índice de expectativ­a desse item registrou 57,8 pontos em agosto, 1,4 ponto maior que o do mês anterior e que o de agosto do ano passado. Também vem melhorando a expectativ­a quanto às compras de matériaspr­imas. Houve pequena deterioraç­ão das expectativ­as com relação ao volume exportado, que caiu de 55,4 pontos em julho para 55,0 em agosto.

A Sondagem constatou que o emprego no setor deve continuar caindo. O indicador do número de empregados ficou em 48,5 pontos, abaixo dos 50 pontos que separam a queda do aumento do emprego.

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