Maggi se desculpa por dizer que TRF-1 ‘liberou’ glifosato
Na realidade, ainda está sob análise no tribunal a decisão da Justiça de suspender o registro do produto no País
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, admitiu ontem que o recurso contra a decisão liminar que proíbe o registro de produtos à base de glifosato no Brasil segue em análise no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília (DF). Ele se desculpou pode ter informado, anteontem à tarde, que tinha sido cassada a tutela antecipada concedida pela juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara do Distrito Federal, para que a União suspenda, a partir de 3 de setembro, o registro de defensivos com o ingrediente ativo.
“Notícia Boa! Acaba de ser cassada a liminar que proibia o uso do glifosato no Brasil”, relatou o ministro em redes sociais, anteontem, sem dar detalhes. Ontem ele relatou: “Recebi e repassei a informação de que a liminar do glifosato teria sido cassada. Mais tarde, o secretário responsável me explicou que ainda estavam em despacho no TRF. Aguardei até bem mais tarde a confirmação; como não saiu, estarei aguardando a decisão. Me desculpem pelo acontecido.”
Representantes do agronegócio evitaram, ontem, criticar o ministro , pela divulgação errônea. O setor mantém, entretanto, a expectativa de que nos próximos dias a decisão seja de fato revertida. Líderes agropecuários preferiram não se posicionar sobre a fala do ministro ou afirmaram que o anúncio pode ter sido uma falha de comunicação.
O glifosato, um herbicida, é utilizado para dessecar (secar e “deitar”) a palhada da cultura anterior, semeada no mesmo espaço em que a soja vai entrar no plantio de verão. Serve, também, para eliminar eventuais plantas daninhas antes da semeadura da soja ou que surjam durante o desenvolvimento do grão. A soja transgênica com tecnologia RR ou R2 tem tolerância ao glifosato. Atualmente, milhões de hectares no País são semeados sob esse sistema.
Condenação. No último dia 10 de agosto, a Justiça dos Estados Unidos condenou a gigante de agroquímica Monsanto a pagar uma indenização de US$ 289 milhões ao jardineiro americano Dewayne Johnson, que teria contraído câncer devido a exposição Round-Up, o glifosato produzido pela empresa. norteamericana /