O Estado de S. Paulo

‘Retomar reformas será essencial para o País’

Para Michael Klein, governo Temer fez o que teve condições de aprovar e Brasil evoluiu nos últimos dois anos

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Sem participar ativamente dos movimentos empresaria­is em torno de projetos políticos para 2019, Michael Klein defende um governo que aprove a reforma da Previdênci­a e tenha um plano de longo prazo. Para o acionista da Via Varejo – sua família detém fatia de 25% – e fundador da empresa de aviação Icon, o próximo presidente deverá priorizar a redução do desemprego.

• O sr. tem participad­o de encontros com candidatos ou de movimentos políticos como o Brasil 200, do Flávio Rocha (presidente da Riachuelo), e o Renova Brasil, do Eduardo Mufarej (do fundo Tarpon)?

Não. Quando existe algum convite para uma apresentaç­ão do candidato, a gente vai, até para nos posicionar­mos para 2019 e sabermos o que cada um está prometendo. A gente participou de um evento (organizado pelo BTG) em que comparecer­am Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos) e Ciro Gomes (PDT).

• Do que já foi apresentad­o, qual projeto seria positivo para 2019? Seria a aprovação das reformas que não foram aprovadas neste ano, a da Previdênci­a e uma reforma fiscal. Todos (os candidatos) têm falado de trabalhar com o Congresso para que as coisas sejam aprovadas e a gente possa ter um rumo de longo prazo.

• O sr. já tem candidato? Por empresa, somos apolíticos, apartidári­os. Vamos ver qual candidato vai se eleger, suas promessas e, delas, o que ele poderá cumprir, o que será factível.

• O sr. já definiu o voto? Não. Não tem como definir agora. E o voto é secreto.

• Essa semana, as pesquisas apontaram Lula e Bolsonaro liderando. Dependendo do resultado, a economia pode continuar patinando em 2019?

Não acredito. Qualquer um, mesmo esses candidatos, priorizará o desemprego dos três milhões de pessoas que deixaram o mercado de trabalho e estão a procura de emprego.

• Em 2016, o sr. disse ao ‘Estado’ que era melhor que a então presidente, Dilma Rousseff, saísse do governo por não ter a maioria do Congresso. O presidente Michel Temer conseguiu passar a reforma trabalhist­a e depois, com o escândalo da JBS, tudo parou. O impeachmen­t foi a melhor saída?

Acredito que sim. Passado um tempo, ela viu que não conseguiri­a dar continuida­de ao trabalho dela. Então, foi a melhor solução. O País evoluiu nos últimos dois anos. Temer fez, dentro do possível, o que ele tinha condições de aprovar./L.D.

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SERGIO CASTRO/ESTADÃO. Mercado de trabalho. Além de Previdênci­a, reduzir o desemprego deve ser prioridade do próximo presidente, diz Klein

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