Sócios da Oi investem em melhora de operação
As empresas de investimento em ativos problemáticos que são os principais acionistas da Oi vão se concentrar em melhorar as operações móveis e de banda larga da empresa antes de vender suas participações, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
A maior operadora de telefonia fixa do Brasil deverá concluir um aumento de capital de R$ 4 bilhões até o final do ano, e a administração usará os recursos para acelerar os investimentos em banda larga e telefonia móvel.
Os investidores se entusiasmaram com a empresa desde que os detentores de bônus tiveram a primeira grande vitória em um processo de recuperação judicial brasileiro, após três anos de disputas com os acionistas. Isso deixou fundos como o Solus Alternative Asset Management LP, o Goldentree Asset Management LP e o York Capital Management Global Advisors LLC no controle.
Refletindo a percepção de melhora nas perspectivas para a empresa, que buscou proteção judicial de seus credores há dois anos no maior processo recuperação judicial da América Latina, as empresas de investimento lutaram pelo direito de aumentar suas ações por meio da participação no aumento de capital.
Oi e o Goldentree se recusaram a comentar. Solus e York não responderam os pedidos de comentário.
Entre as prioridades da nova diretoria da Oi estará a reversão do atrito com clientes. A companhia encerrou o segundo trimestre com 59 milhões de assinantes, 6% a menos que um ano antes. A empresa perdeu 8,5% de sua base de clientes móveis no último ano, encerrando junho com 36,5 milhões de assinantes.
A empresa, no entanto, disse a analistas neste mês que está rapidamente ganhando participação de mercado em um projeto piloto no Estado do Rio de Janeiro, onde testou banda larga ultrarrápida por fibra ótica em Cabo Frio.
Segundo a primeira fonte, as empresas de investimentos sabem que somente poderão obter um valor mais alto por suas participações quando a Oi se tornar mais competitiva e capaz de reconquistar mercado.
Outra questão que afasta uma transação no curto prazo é uma disputa legal entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre multas de cerca de R$ 14 bilhões aplicadas contra a companhia, disse a outra fonte. A Anatel exige que as multas sejam consideradas como parte do plano de recuperação.