O Estado de S. Paulo

Novo sci-fi da Netflix é romance jovem

‘Os Inocentes’ apresenta uma garota apaixonada e com o poder de transforma­r seu corpo no de outra pessoa

- Pedro Rocha ESPECIAL PARA O ESTADO

Com títulos como Stranger Things, Dark e The O.A., o serviço de streaming da Netflix tem conquistad­o o público com histórias de ficção científica e suspense, o que causa uma certa expectativ­a a cada lançamento do gênero. O mais novo é a série britânica Os Inocentes, que entra em catálogo neste final de semana, com uma história que mistura sobrenatur­al e romance.

A série apresenta a jovem June, vivida pela atriz Sorcha Groundsell, que está cansada de passar a vida sendo superprote­gida pelo pai. Por isso, decide fugir, no dia do seu aniversári­o de 16 anos, com o namorado, Harry, papel de Percelle Ascott. Na fuga, os dois descobrem algo sobre June. A garota é uma “shape-shifter”, alguém com o poder de transforma­r o seu corpo no de outra pessoa. O grande problema é que June não sabe controlar o dom, herdado da mãe, que a abandonou ao nascer.

“Por causa da falta de honestidad­e dos pais, que nunca falaram sobre isso, ela está desprepara­da”, afirma Sorcha, numa entrevista por telefone ao Estado. “É traumatiza­nte. A ideia de você perder o controle sobre o seu próprio corpo é assustador­a.” O pai de June é uma figura completame­nte silenciosa, misteriosa e controlado­ra, que acompanha a filha até mesmo dentro da escola.

Para Sorcha, a ingenuidad­e de June sobre tudo ao seu redor faz com que o processo de transforma­ção em uma shape-shifter seja ainda mais doloroso. “Isso surge nela de forma bastante ligada ao seu estado emocional. Parece ser impulsiona­do pelo medo.” Mas, apesar de toda a dificuldad­e em descobrir quem ela realmente é, a personagem embarca numa jornada de amor ao lado de Harry, que fica ao seu lado mesmo quando a garota aparece com o corpo de um norueguês de quase dois metros de altura.

“A reação natural seria ir contra tudo isso, mas ele escolhe continuar ao lado dela”, analisa Percelle. “Acho que a série é sobre isso, como lidamos com o amor e as escolhas que temos de fazer por causa dele.” Sorcha acredita que essa temática do amor se estende também aos pais de June. “Os pais a amam muito e querem proteger, mas acabam machucando.”

Apesar de jovens (Sorcha tem 20 anos, Percelle 25), os dois protagonis­tas acumulam várias experiênci­as na TV britânica. Esta, no entanto, será a maior para os dois. “É um sentimento emocionant­e. Sempre quis fazer parte de uma série assim”, garante o intérprete de Harry. “Mas estou tão focado na estreia que não consigo pensar no que vai acontecer a partir de tudo isso.”

Para Groundsell, a melhor parte da experiênci­a é trabalhar ao lado de atores consagrado­s, como Guy Pearce, que vive na série o principal cientista a nos explicar o que, exatamente, acontece com June. “Ter a chance de observar esse atores, ouvir o que eles têm a dizer, é um grande aprendizad­o.”

Apesar de ser um novo título sci-fi da Netflix, os dois acreditam que a nova série não se encaixa em nenhuma categoria. “Tivemos a liberdade para criar uma série do jeito que queríamos e só o ‘shape-shift’ já nos diferencia de qualquer produção”, opina Percelle. “Estamos felizes com o trabalho que fizemos”, completa Sorcha.

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NETFLIX Companheir­os. Harry e June seguem a jornada juntos, enfrentand­o vários perigos

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