O Estado de S. Paulo

Veteranos fazem tira-teima nos EUA

Nadal, Federer e Djokovic venceram os últimos nove torneios de Grand Slam. Neste ano, cada tenista levou um troféu

- Felipe Rosa Mendes

Apesar das investidas da chamada “NextGen”, os tenistas veteranos continuam dominando o circuito masculino. Juntos, o espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic venceram os últimos nove torneios de Grand Slam. Neste ano, cada um levantou um troféu. E, a partir de hoje, em Nova York, eles iniciam o tira-teima da temporada nas quadras duras do US Open.

Campeão de Roland Garros, Nadal entra como favorito por ser o número 1 do mundo e por vir no embalo do título do Masters 1000 de Toronto. Como de costume, ele se esquiva da condição de principal candidato ao troféu. “Não há um favorito claro. Novak e Roger estão vindo bem, eles gostam muito de quadra dura”, diz o espanhol, que é o atual campeão e mira o quarto título em Flushing Meadows.

Djokovic ganhou novo fôlego, após problemas físicos e oscilações, com a conquista em Wimbledon. Como preparação, o 6.º da ATP se sagrou campeão de Cincinnati sobre Federer. E reforçou sua confiança para o terceiro troféu nos EUA.

Vice-líder do ranking, Federer chega menos cotado do que os rivais. Irregular em Cincinnati, o tenista de 37 anos caiu nas quartas em Wimbledon. Seu bom momento na temporada foi logo no início, quando faturou o Aberto da Austrália e retomou provisoria­mente o topo ao vencer em Roterdã também.

“Não me vejo como favorito, acredito que Rafa e Novak sejam os principais candidatos. Vou trabalhar para chegar ao US Open bem e com chances”, disse o suíço, que pode voltar à liderança da ATP. Para isso, precisa encerrar o jejum de dez anos em Nova York e conquistar o torneio pela sexta vez. Ao mesmo tempo, Rafael Nadal não poderia passar das quartas. O trio faturou 31 dos 40 Grand Slams nos últimos dez anos.

Correndo por fora, os tenistas da nova geração já superam os veteranos em torneios de nível Masters 1000, mas ainda sonham em quebrar a hegemonia deles nas competiçõe­s mais prestigiad­as. O “NextGen” é encabeçado pelo alemão Alexander Zverev, 4.º da ATP. Mas o grego Stefanos Tsitsipas, o croata Borna Coric, o canadense Denis Shapovalov, o americano Frances Tiafoe, o sul-coreano Hyeon Chung e o britânico Kyle Edmund também podem surpreende­r em Nova York.

No feminino, as chances seguem mais divididas, apesar da boa fase da romena Simona Halep, número 1 e campeã em Montreal. A local Sloane Stephens, atual campeã, e a alemã Angelique Kerber, vitoriosa em Wimbledon, são candidatas ao título. A checa Petra Kvitova e a dinamarque­sa Wozniacki correm por fora. Maior aposta da torcida, Serena Williams é uma incógnita. Vice em Wimbledon, sofreu a mais dura derrota de sua vida e não emplacou boa sequência de jogos. Se surpreende­r, brigará pelo 7.º troféu em Nova York e pelo 24.º título de Grand Slam da carreira, igualando, assim, o recorde da australian­a Margaret Court. Pela primeira vez em 11 anos, o Brasil não terá representa­ntes nas duas chaves de simples. Resta, assim, a expectativ­a pelas atuações de Bruno Soares e Marcelo Melo nas duplas. Os tenistas serão monitorado­s e terão 25 segundo para sacar, com punição pela demora. A regra sempre existiu.

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JULIAN FINNEY/AFP Preparação. Nadal recebe orientaçõe­s do seu treinador

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