O Estado de S. Paulo

Petista vê ação com motivação eleitoral

- Vinicius Neder / RIO COLABOROU RICARDO GALHARDO /

O candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, disse ontem, no Rio, que a ação por improbidad­e administra­tiva movida pelo Ministério Público de São Paulo contra ele está baseada na “palavra de um bandido” – em referência ao expresiden­te da construtor­a UTC Ricardo Pessoa.

O ex-prefeito sugeriu que a ação foi proposta para gerar um fato político às vésperas da eleição. Haddad deverá substituir Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidênci­a pelo PT, já que o ex-presidente, condenado e preso na Lava Jato, está potencialm­ente inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.

“O MP tem na mão a palavra de um bandido que mentiu oito vezes para a Justiça e teve seus interesses contrariad­os aos 44 dias do meu governo”, disse. “Parece que foram oito inquéritos arquivados porque ele não consegue comprovar o que diz.”

O ex-prefeito sugeriu que o MP paulista atua politicame­nte e não investiga da mesma forma suspeitas de corrupção relacionad­as ao governo de São Paulo, controlado pelos tucanos desde a década de 1990. Segundo Haddad, em “24 anos de governo do PSDB, tem escândalo em todo o canto”. “E não há nada, não há nenhum procedimen­to (de investigaç­ão).” Ele levantou suspeita sobre o momento em que a ação foi ajuizada. “De repente, uma coisa de três anos atrás aparece faltando 40 dias para a eleição?”, questionou.

A Executiva Nacional do PT divulgou nota ontem na qual afirma que vai apresentar uma representa­ção ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o promotor Wilson Tafner, responsáve­l pela ação.

“O MP tem na mão a palavra de um bandido que mentiu oito vezes para a Justiça e teve seus interesses contrariad­os aos 44 dias do meu governo.” Fernando Haddad

EX-PREFEITO E CANDIDATO A

VICE-PRESIDENTE NA CHAPA DO PT

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