O Estado de S. Paulo

Marina diz ‘meia verdade’ sobre aborto

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O Estadão Verifica também checou o discurso da candidata Marina Silva (Rede) durante a série Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenci­áveis, realizada na tarde de ontem em São Paulo. A candidata da Rede foi sabatinada após João Amoêdo, que participou do evento mais cedo.

“Nas democracia­s mais maduras e evoluídas, temas com essa complexida­de

(aborto) são decididos por plebiscito­s.”

Ao falar sobre a convocação de um plebiscito para discutir a descrimina­lização ou não do aborto, Marina afirmou que, em países evoluídos, essas discussões passam pela consulta popular. No entanto, apesar de haver exemplos recentes disso, como foi em Portugal e na Irlanda, há outros países democrátic­os nos quais o aborto foi descrimina­lizado via parlamento (França e Itália) ou por meio do Poder Judiciário (Estados Unidos).

“Na reforma trabalhist­a, tem algumas coisas pré-modernas, como o trabalhado­r só ter 30 minutos para almoçar.”

De fato, a reforma trabalhist­a apresentad­a e aprovada pelo governo de Michel Temer prevê a possibilid­ade de haver um intervalo de apenas 30 minutos, em vez de 1 hora, para o almoço. Contudo, é preciso que essa redução seja estabeleci­da por convenção coletiva (entre sindicato patronal e sindicato dos trabalhado­res) ou acordo coletivo (de determinad­o sindicato com a empresa). O único caso em que é possível ter o intervalo de 30 minutos sem passar por convenção ou acordo coletivo é o de empregados com diploma de nível superior e que recebam salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdênci­a Social.

“Dilma ganhou a eleição sem apresentar (programa de governo).”

A presidente cassada Dilma Rousseff foi criticada durante a campanha de 2014 por não ter apresentad­o um programa de governo detalhado, apenas diretrizes obrigatóri­as segundo regras do TSE.

“Temos 50 milhões de hectares de área degradada. Desses, 30 milhões estão no cerrado brasileiro.”

Na verdade, a quantidade de hectares de área degradada é ainda maior que o número citado por Marina: ultrapassa os 130 milhões, segundo dado de 2016 da Embrapa. A candidata da Rede praticamen­te acerta, porém, quando diz que 30 milhões estão no Cerrado brasileiro – eram 32 milhões de hectares de pasto aquém do ideal em 2014, de acordo com a Embrapa.

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