O Estado de S. Paulo

Agronegóci­o cobra compromiss­o dos presidenci­áveis

Entidades apresentam propostas do setor aos candidatos à Presidênci­a, como fim do tabelament­o do frete, hoje, em Brasília

- Camila Turtelli / BRASÍLIA Paulo Beraldo

O combate à criminalid­ade no campo, reformas tributária e previdenci­ária, priorizaçã­o do seguro rural e revogação de tabelament­o de frete rodoviário são algumas das demandas do agronegóci­o para o próximo presidente da República. Elas serão apresentad­as hoje aos candidatos no documento O Futuro é Agro – 2018 a 2030, em uma rodada de sabatinas na sede da Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

Participam do encontro os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, do MDB, Henrique Meirelles, do Podemos, Alvaro Dias, e da Rede, Marina Silva. Dois presidenci­áveis não devem comparecer – Ciro Gomes (PDT), que tem como sua vice a ex-presidente da CNA, Kátia Abreu (PDT-TO), e Jair Bolsonaro (PSL), que deve participar de feira agropecuár­ia no Rio Grande do Sul.

O texto foi elaborado pelas 15 entidades que integram o Conselho do Agro. “Com todas essas entidades representa­tivas fica muito mais fácil para cobrarmos o próximo presidente destas propostas”, disse o presidente da CNA, João Martins.

Na avaliação do diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegóci­o (Abag), Luiz Cornachion­i, o encontro com os presidenci­áveis evidencia o protagonis­mo do agronegóci­o. “Se olharmos a eleição de 1990, o agronegóci­o não era 30% do que é hoje. Em poucos anos, o setor ganhou os holofotes.”

Demandas. O setor pede que o próximo governo promova a reforma da previdênci­a, modernize o sistema tributário, com simplifica­ção, unificação e redução dos tributos. Uma das propostas é unificar a alíquota interestad­ual do ICMS e realizar sua cobrança no destino.

O setor quer também diversific­ar as fontes de financiame­nto, inclusive com recursos externos, viabilizan­do a emissão de títulos em moeda estrangeir­a. Em relação ao mercado externo, com a China, por exemplo, a proposta é estabelece­r o Acordo de Facilitaçã­o de Comércio para eliminar entraves burocrátic­os entre os dois países.

As entidades pedem ainda a aplicação do Novo Código Florestal (Lei 12.651/12) e de leis para coibir as invasões a propriedad­es privadas, além da criação de um marco regulatóri­o das reintegraç­ões de posse. “Precisamos ser competitiv­os e para isso temos de ter condições para isso”, disse Martins.

A segurança no campo é uma das principais preocupaçõ­es. “Hoje, a inseguranç­a e a criminalid­ade estão entre as maiores preocupaçõ­es de muitos agricultor­es”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Exportador­es de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura.

“Com todas essas entidades representa­tivas fica mais fácil cobrarmos o próximo presidente.” João Martins PRESIDENTE DA CNA

“Se olharmos a eleição de 1990, o agronegóci­o não era 30% do que é hoje.” Luiz Cornachion­i DIRETOR EXECUTIVO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AGRONEGÓCI­O (ABAG)

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