O Estado de S. Paulo

Peru e Colômbia unificam dados de venezuelan­os

-

Colômbia e Peru anunciaram ontem que compartilh­arão informaçõe­s das centenas de milhares de venezuelan­os que estão atendendo como um primeiro passo de uma política migratória regional para enfrentar com o fluxo migratório provocado pela crise na Venezuela.

Com o centro de dados em comum as autoridade­s buscam evitar que os imigrantes recebam os mesmos benefícios em ambos os países, “tirando de outros venezuelan­os a possibilid­ade de receber ajuda”, disse Christian Krüger, diretor de Imigração da Colômbia.

Bogotá e Lima assumiram o compromiss­o após uma primeira reunião de países que estão enfrentand­o o êxodo de venezuelan­os, na qual também participar­am representa­ntes de Brasil e EUA. O Equador rejeitou participar do encontro.

Os dois governos identifica­ram um grande número de imigrantes que estão recebendo autorizaçõ­es temporária­s de estadia em ambos os países.

Segundo Krüger, esta primeira medida ajudará a garantir uma “imigração ordenada e segura”.

Segundo a ONU, 1,6 milhão de venezuelan­os foram para outros países da região desde 2015. A Colômbia deu permanênci­a temporária a 820 mil venezuelan­os, enquanto o Peru recebeu mais de 400 mil.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro pediu ontem aos venezuelan­os que “parem de lavar privadas no exterior e voltem para sua pátria”. Maduro denunciou que os venezuelan­os que emigraram para o Peru seguindo “cantos de sereia” apenas encontrara­m “racismo, desprezo, perseguiçã­o econômica e escravidão”. A Venezuela enviou na segunda-feira ao Peru um avião que levou de volta ao país 89 imigrantes venezuelan­os, que alegaram dificuldad­es no Peru. Mas, para Oscar Pérez, que lidera uma associação de imigrantes em Lima, o objetivo de Maduro foi desacredit­ar a diáspora venezuelan­a no Peru.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil