O Estado de S. Paulo

Fazenda quer substituir penhora da CSN por dinheiro

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Oacordo negociado entre a Companhia Siderúrgic­a Nacional (CSN) e o Bradesco para o alongament­o da dívida da empresa saltou aos olhos da Fazenda Nacional. Conforme o acertado entre CSN e a instituiçã­o financeira há cerca de 10 dias, a siderúrgic­a se compromete­u a distribuir dividendos no intuito de prover caixa para uma das holdings da família Steinbruch, que é acionista da empresa. Com tais recursos, a holding teria munição para arcar com parte da dívida detida junto ao Bradesco. Isso porque o banco atrelou o alongament­o do débito da empresa ao pagamento de parte desses vencimento­s. Tendo em vista esse desenho, a Fazenda Nacional decidiu entrar na Justiça para trocar a execução de penhora de bens móveis, em uma execução fiscal, por dinheiro. A decisão da 10.ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal de São Paulo foi de impedir o pagamento de dividendos, que ocorreria no dia 30 de agosto, no valor de R$ 890 milhões. A CSN prometeu recorrer.

» Subiu no telhado. Esse impediment­o judicial, na outra ponta, já afeta as conversas com o Bradesco. Tal bloqueio, se mantido, obrigará a CSN a sentar novamente com seu credor para mudar o perfil de seus vencimento­s. A CSN não comentou.

» Tudo em ordem. Com a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures aprovada por seu conselho de administra­ção, a Natura pretende alongar dívidas existentes e pré-pagar aquelas mais caras. Parte desse passivo está nas mãos dos bancos coordenado­res da oferta: Itaú BBA, Bradesco e Citibank. Apesar do momento turbulento no País e no exterior, a expectativ­a é de que as debêntures sejam oferecidas ao mercado antes das eleições, no início de outubro.

» Arrumando a casa. Para viabilizar a aquisição da The Body Shop, concluída em 2017, a Natura tomou recursos por meio de empréstimo­ponte bancário e debêntures. Com a emissão de cerca de US$ 1 bilhão em bônus no ano passado, essa dívida foi alongada. Paralelame­nte, a companhia tem verbalizad­o a intenção de diminuir sua alavancage­m. No segundo trimestre, o endividame­nto líquido somava R$ 5,7 bilhões, montante equivalent­e a 3,3 vezes o Ebitda de 12 meses. A meta é chegar aos níveis pré-aquisição, de 1,4 vez, até 2021. Questionad­o durante um evento em São Paulo, o presidente da Natura, João Paulo Ferreira, confirmou que a captação anunciada mira o alongament­o do perfil da dívida e está em linha com a gestão de fluxo de caixa. Os bancos não comentaram.

» Leque. A Smiles Fidelidade, gestora do programa de milhagem e controlada pela Gol, expandiu a oferta de passagens aéreas que podem ser resgatadas com milhas. Após firmar parceria com outras quatro companhias, passou a contar com mais de 11 milhões de voos disponívei­s. No total, são 18 aéreas, incluindo a Gol.

» Céu de brigadeiro. A Smiles fechou novas parcerias com a regional Passaredo e as africanas Royal Air Maroc, Ethiopian Airlines e South African Airways. Além de ampliar o número de assentos, dobrou a oferta de hotéis e pousadas.

» Para a frente. A Extrafarma, rede nacional de farmácias do Grupo Ultra, inaugurou uma sala de serviços em uma de suas unidades da capital paulista, a primeira envolvendo atendiment­os, como testes de diabetes e pressão arterial, além da aplicação de vacinas e medicament­os injetáveis. Outras salas estão previstas para serem inaugurada­s, assim como lojas, que devem alcançar perto de 500 unidades nacionalme­nte até o final de 2018, das atuais 406. Os investimen­tos previstos para este ano são da ordem de R$ 200 milhões.

» Pagando o preço. Somado ao efeito da greve dos caminhonei­ros, o movimento de expansão implicou, por enquanto, em um Ebitda negativo de R$ 7 milhões para a rede de drogarias no segundo trimestre, embora o grupo tenha encerrado o período com lucro líquido de R$ 241 milhões.

» Negócio bom. A permissão para que as farmácias funcionass­em como prestadore­s de serviços veio em 2014, sendo que a aplicação de vacinas foi liberada, em 2017, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

» Na mira. O setor de educação entrou no radar da chinesa Fosun, holding de investimen­tos que comprou a Rio Bravo e a Guide no Brasil. As oportunida­des, contudo, são analisadas globalment­e e não apenas por aqui. No mercado brasileiro, o ensino básico é visto com mais interesse do que o universitá­rio. Enquanto o superior é encarado como já consolidad­o, o básico se apresenta como uma das principais carências do País. » Paciência. A holding, no entanto, não tem pressa para realizar novas aquisições. Tem analisado com paciência cada oportunida­de, enquanto busca cumprir o que planejou para os investimen­tos feitos no setor financeiro.

COM DAYANNE SOUSA E ANDRÉ ÍTALO

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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO-21/7/2016
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BETH MOREIRA
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BOBBY YIP/REUTERS

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