‘O empresário não cria um negócio para ser um unicórnio’
Diretor do hub de empreendedorismo paulistano fala sobre o atual momento das startups nacionais
O termo unicórnio ganhou fama no empreendedorismo em 2013, quando a empresária norte-americana Aileen Lee chamou as startups avaliadas em US$ 1 bilhão de “extremamente raras e impressionantes”. Mas só em 2018, o Brasil ganhou seus três primeiros espécimes, após os investimentos feitos nas companhias 99, PagSeguro e Nubank.
Flavio Pripas, diretor-geral do Cubo Itaú, não acha que a motivação principal do empreendedor é ‘criar’ um unicórnio para vendêlo. Entretanto, ele vê espaço para que novas empresas do tipo apareçam no País.
Responsável pelo hub que atualmente conta com 65 startups residentes e que já faturaram cerca de R$ 230 milhões apenas neste ano, Pripas vê os unicórnios como “consequência” e acredita que o Brasil entra de vez no radar do mercado internacional. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Você enxerga alguma oportunidade ainda não explorada nesse ambiente de startups no Brasil atualmente?
Por definição, o empreendedor identifica o problema e o resolve no mundo real. Na minha opinião, sempre haverá problemas, e também haverá oportunidades (para empreender). O cenário sempre vai ser fértil para o empreendedor criar seu negocio, mas o difícil é a execução.
Ser um unicórnio se tornou um objetivo das startups?
Eu não acho que um empreendedor cria um negócio para ser unicórnio. É uma consequência. Ele cria uma solução efetiva e a empresa cresce muito rápido. É uma decorrência e é bacana porque o Brasil passou a mostrar para o mercado internacional que existem unicórnios. O País também tem empresas de classe mundial e isso mostra maturidade.
Quais são os desafios de entrar nesta jornada do unicórnio, por exemplo?
O objetivo é causar um impacto, mas há uma dificuldade. Muita gente me pergunta o que as empresas fazem que dão errado ou que fazem que dão certo. Às vezes, é a execução, uma dificuldade de ‘timing’, uma dificuldade de legislação, tudo é uma dificuldade. O que eu falo que diferencia os empresários é o foco. Tentar identificar um problema e resolver esse único problema da melhor maneira possível. Por mais que pareça simples, é muito rico. Se não der certo, você parte para uma outra solução.