Facebook investe contra o YouTube
Ferramenta ‘Watch’ é a aposta da rede social para responder à demanda por usuários por conteúdo em vídeo; plataforma terá alcance global
O Facebook lançou ontem sua plataforma de vídeos, o Facebook Watch. O serviço já operava há um ano nos Estados Unidos e está sendo liberado de forma gradativa para todos os usuários do mundo, inclusive no Brasil. O serviço quer ser um rival para o YouTube, do Google, que hoje domina o mercado.
O Watch é um espaço dentro da rede social no qual criadores de conteúdo podem publicar vídeos. Também será possível assistir a programas de TV, shows e atrações ligadas ao esporte – nas últimas semanas, o Facebook fechou diversos contratos para exibir jogos de futebol.
Para o Facebook, o principal diferencial de seu serviço, em comparação às plataformas do gênero já existentes, é o fato do Watch já estar dentro de uma rede social. “O Watch não é só um lugar para consumir vídeos passivamente, é um jeito de as pessoas interagirem e se conectarem em torno dos conteúdos”, afirmou Fidji Simo, vicepresidente de vídeo do Facebook, em entrevista ao Estado.
Segundo o Facebook, mais de 50 milhões de pessoas nos EUA assistem a vídeos por pelo menos um minuto no Watch, todos os meses. Além disso, o total de tempo assistido na plataforma se multiplicou em 14 vezes desde o início de 2018.
Os esforços do Facebook nos últimos meses foram concentrados justamente em tornar a plataforma mais social. Será mais fácil, por exemplo, para o usuário ver quais vídeos seus amigos curtiram ou compartilharam.
Em relação ao conteúdo, a vice-presidente de vídeo do Facebook afirma que está trabalhando em conjunto com empresas de mídia e com criadores de conteúdo individuais para o desenvolvimento de diferentes tipos de conteúdo para a ferramenta.
Anúncios. A plataforma também oferecerá comerciais uma forma de os produtores receberem por seus vídeos, como o YouTube. Os intervalos serão testados a partir de hoje em cinco países – Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia e Austrália. O recurso, também usado pelo YouTube, será expandido a outros países nos próximos meses, mas ainda não há data para chegada ao Brasil.
Na visão de Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), a plataforma pode usar os posts dos usuários no Facebook a seu favor. “O Watch terá dados de comportamento e interesses, o que cria uma vantagem.”