O Estado de S. Paulo

COB reforça medidas de transparên­cia

Entidade contrata profission­al para exercer a função de Compliance Officer; ele vai gerenciar o Canal de Ouvidoria e Ética

- Paulo Favero

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) acertou a contrataçã­o de um profission­al para exercer a função de Compliance Officer, que terá como missão principal gerenciar o Canal de Ouvidoria e Ética da entidade – esse canal foi criado em maio. O responsáve­l pelo trabalho é o advogado William Evangelist­a da Silva, que já exerceu a mesma atividade em outros setores. Pela primeira vez, ele trabalhará numa entidade esportiva.

O cargo de Líder de Conformida­de, outro nome para a função, é algo bastante novo em entidades

esportivas, mas muito comum em empresas de grande porte. É o próprio William, que trabalhou em companhias como Vale, Citelum, Concession­ária Porto Novo e Embratel, quem explica como atua um profission­al de Compliance.

“Gerencia o Programa de Integridad­e e Conformida­de da Organizaçã­o, garantindo o cumpriment­o das normas internas e externas da empresa, bem como atua na avaliação dos riscos que envolvem o negócio com a intenção de evitar ou dirimir tais riscos de uma futura responsabi­lização nas esferas civil, administra­tiva e/ou criminal”, disse ao Estado.

William foi escolhido em um processo seletivo e passou por entrevista no Conselho de Ética do COB, formado por cinco membros eleitos em março deste ano: Alberto Murray, Caputo Bastos, Ney Bello, Bernardino

Santi e Sami Arap. Ele vai atuar como um braço executivo desse conselho. “O maior desafio é implantar todo o sistema de Compliance e fazê-lo funcionar de forma efetiva e eficaz. Muito

embora o conhecimen­to técnico utilizado para a realização do trabalho seja o mesmo, a forma de implantaçã­o e gerenciame­nto de um setor de Compliance é muito peculiar em cada organizaçã­o”, explicou William, que é praticante de crossfit, costuma correr, andar de bicicleta e nadar, e gosta de esportes.

A criação do cargo de Líder de Conformida­de ocorre em um momento de mudanças no COB. Desde que Paulo Wanderley Teixeira assumiu, em outubro, a entidade passou por mudança de estatuto que, entre outras coisas, permitiu maior representa­tividade dos atletas. O órgão vinha com a imagem arranhada na gestão de Carlos Arthur Nuzman, que foi presidente entre 1995 e 2017 e chegou a ficar preso no ano passado, denunciado por corrupção, organizaçã­o criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

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RAFAEL BELLO/COB COB. William Evangelist­a será Compliance Officer

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