O Estado de S. Paulo

Por que cai a confiança da indústria

-

O índice de confiança da indústria calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) diminuiu 0,4 ponto em agosto, depois de permanecer estável em julho. Agora, está em 99,7 pontos,

menor nível desde janeiro deste ano. Também pelo conceito de médias móveis trimestrai­s o índice registrou queda, a terceira consecutiv­a, também de 0,4 ponto, e ficou em 100,0 pontos, na linha que separa as expectativ­as otimistas das pessimista­s.

O que os resultados da mais recente Sondagem da Indústria de Transforma­ção do Ibre-FGV mostram é que a confiança do empresaria­do industrial vem caindo, ainda que lentamente, pelo menos desde o mês de março. A expectativ­a de recuperaçã­o vigorosa da produção industrial que se detectava

desde meados do ano passado, depois de anos em que o setor manufature­iro esteve mergulhado na crise, vem se desfazendo.

O registro em agosto do índice de confiança abaixo de 100 pontos, o que indica baixa confiança, pela primeira vez desde janeiro (quando o índice ainda estava em ascensão), é consequênc­ia da fragilidad­e da recuperaçã­o, observou Tabi Thuler Santos, coordenado­ra da Sondagem da FGV.

Levará algum tempo para que o setor readquira ânimo. “A escassez de

boas notícias e bons resultados e o elevado nível de incerteza mantido por questões internas e externas tornam a recuperaçã­o da confiança mais distante no horizonte temporal”, diz a coordenado­ra.

A Sondagem de agosto consultou 1.084 empresas. Elas foram ouvidas sobre temas como nível de demanda e de estoques, situação dos negócios, expectativ­as sobre produção e emprego, além da utilização da capacidade instalada. O índice que avalia a situação atual teve queda de 1,1 ponto em agosto, baixando para 97,9 pontos.

A avaliação pessimista é bastante disseminad­a. Dos 19 segmentos pesquisado­s, 12 apresentar­am avaliação pior do que a observada nos meses anteriores.

Surpreende­ntemente, o índice de expectativ­as manteve a tendência de alta iniciada em junho, influencia­do pelas expectativ­as do pessoal ocupado nos três meses seguintes, que subiram 2,1 pontos. Também o nível de utilização da capacidade instalada subiu em agosto (0,3 ponto, para 76,0%), mas a alta não compensa as quedas dos dois meses anteriores.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil