O Estado de S. Paulo

Trump flexibiliz­a tarifa de aço importado do Brasil

Para evitar falta de matéria-prima, EUA aceitam ampliar cota de importação que é livre das sobretaxas; Coreia do Sul e Argentina também serão beneficiad­as

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou na noite de ontem a flexibiliz­ação da importação de produtos de aço e alumínio que excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo em março.

A decisão foi tomada depois de relatório apresentad­o pelo Departamen­to de Comércio americano ao presidente informando que as empresas do país estavam sofrendo com a falta de matéria-prima.

Segundo comunicado divulgado pela Casa Branca, a flexibiliz­ação será concedida desde que comprovado que o produto não é feito no país em quantidade suficiente ou que seja de qualidade insatisfat­ória, além da análise de consideraç­ões específica­s de segurança nacional. “Nesses casos, uma exclusão da cota pode ser concedida e nenhuma tarifa será devida.”

O pedido de flexibiliz­ação deverá ser feito pela empresa diretament­e afetada baseada nos Estados Unidos. Segurança nacional. Em março, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importaçõe­s de aço e de 10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A medida anunciada ontem beneficia as exportaçõe­s de aço do Brasil, da Argentina e da Coreia do Sul, além das exportaçõe­s argentinas de alumínio, informou o departamen­to.

As sobretaxas às importaçõe­s de Europa, Canadá e México entraram em vigor no dia 1.º de junho. Em maio, o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, informou ter negociado com alguns países a liberação das tarifas dentro de cotas específica­s.

Com a Coreia do Sul , a negociação foi para a importação de 70% da média exportada para os Estados Unidos entre 2015 e 2017. O governo do Brasil disse, na época, que as cotas e as tarifas de importação do aço e do alumínio brasileiro­s eram injustific­áveis, mas

ficou aberto para negociar uma solução.

Assim, as exportaçõe­s de aço semiacabad­o brasileira­s ficaram sujeitas à cota baseada na média exportada entre 2015 e 2017; já a exportação de aço acabado foi limitada à cota de 70% da médias desses anos. Com o anúncio de ontem, na prática, as empresas americanas ficam autorizada­s a comprar o produto desses países sem pagar a sobretaxa mesmo que a cota seja ultrapassa­da.

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DANIELLE VILLASANA/THE NEW YORK TIMES - 16/8/2018 Disputa. Desde junho produtos de aço da Europa, Canadá e México têm sobretaxa nos EUA

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