Petrobrás retoma operação da Replan após explosão
Religamento das máquinas na Refinaria de Paulínia levará uma semana para ser concluído, diz estatal
A Petrobrás começou a ligar as máquinas da Refinaria de Paulínia (Replan), após nove dias de paralisação por conta do incêndio que atingiu três unidades produtivas, no último dia 20. Assim que recebeu o sinal verde da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ontem, a empresa iniciou o processo de retomada, que deve ser concluído em uma semana. Ainda assim, metade da produção permanecerá comprometida. A Replan tem capacidade de produzir 415 mil barris por dia de derivados de petróleo, quase 20% do consumo interno. O nível de utilização era de quase 100% quando houve o acidente.
A intenção da Petrobrás era ter religado a refinaria – a maior do conjunto de 13 unidades produtoras de derivados – no dia 24. Mas foi impedida pela agência reguladora, que exigiu da empresa a apresentação de documentos que comprovassem que a retomada da operação não colocaria em risco a segurança dos funcionários. Além da apresentação dos documentos, técnicos da agência fizeram vistoria nos equipamentos antes de desinterditar a refinaria.
Trabalhadores. Na Replan, as máquinas são duplicadas. A estatal pretende retomar a produção na metade que não foi atingida pelo incêndio. Os empregados, reunidos no SindipetroSP, questionam, no entanto, a capacidade de a empresa isolar as máquinas atingidas das que não foram afetadas no acidente, porque estão interligadas por uma tubulação comum.
Na Justiça do Trabalho de Paulínia (SP), eles conseguiram garantir, na última segunda-feira, a determinação de que a Petrobrás, em 48h, respondesse seus questionamentos. A Petrobrás respondeu ontem ao Estado/Broadcast que protocolaria os esclarecimentos dentro no prazo.
“O sindicato mantém representante na comissão que investiga as causas do incêndio na Replan. Até agora, a hipótese é de falha mecânica, segundo a entidade. O equipamento que mede a pressão do tanque de águas ácidas estava com problema de leitura e, por isso, não foi capaz de demonstrar a pressão excessiva da unidade no momento da explosão. A dúvida agora é por que ocorreu essa falha se a unidade tinha acabado de ser inspecionada, no período em que esteve parada para manutenção.
A Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que estão em andamento os trabalhos da comissão de investigação e que “qualquer conclusão agora é precipitada”.