O Estado de S. Paulo

A nova onda cervejeira é a brut: brut IPA

- SÓ DE BIRRA HELOISA LUPINACCI heloisa.lupinacci@estadao.com

Está chegando ao mercado a primeira leva de brut IPAs, a mais nova onda cervejeira. As brut IPAs são extra-secas e super borbulhant­es, lembram os vinhos espumantes extra brut – emprestam deles o nome e as caracterís­ticas. Têm corpo de session e aromas cítricos e florais, elegantérr­imos. Uma das graças é que o novo estilo é a exata negação da new england ipa (a onda exatamente anterior). As neipa são adocicadas, têm aquele corpão e aromas exuberante­s, que lembram um arranjo de cabeça da Carmem Miranda. É como se a neipa fosse um quadro do Cézanne e a brut IPA, uma tela do Morandi.

A historinha da brut é a seguinte: um cervejeiro de São Francisco (Kim Studarvant, da Social Kitchen and Brewery) usava (como muitos outros cervejeiro­s) uma enzima para deixar suas double IPA e imperial stouts menos doces. Teve a ideia de usar a mesma enzima em uma IPA normal para chegar a um resultado extremo. Resultado: virou o pai da criança.

Fica um enigma, do tipo que vai ser respondido com o tempo: se a ideia é deixar a cerveja seca, reduzir a expressão do malte, criar uma base limpa e borbulhant­e, para o lúpulo brilhar, não seria o caso de apostar em hop lagers?

Com o hype, conforme vão chegando ao mercado, as brut evaporam. Na semana passada, voou das geladeiras do Capitão Barley a Japas Shiso Brut IPA (ainda tem em torneira); na semana anterior, a brut da Bodebrown evaporou do Tap Tap.

Nas torneiras do Cerveja a Granel está engatado o exemplar que achei o mais gostoso até agora, é a brut da Salvador Brewing Co. – se eu fosse você, ia lá pegar um growler para provar. Na fila de espera das torneiras do Capitão Barley está a brut da queridinha 5 Elementos (você pode acompanhar a lousa do bar pelo Facebook). Na sequência, duas brut:

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