Barroso pediu conversa reservada para ‘brainstorming’
Anecessidade de um brainstorming – termo em inglês para uma dinâmica conhecida como tempestade de ideias – levou os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se reunirem a portas fechadas à 1h18 da madrugada de ontem para decidir o que poderia ser feito com o horário eleitoral do PT, diante da negativa ao registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de cerrar as portas foi pedida pelo relator do caso na Corte e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Segundo interlocutores, o ministro queria “pensar alto” com os colegas da sessão para tentar achar uma solução para “a algo que ninguém havia refletido até então”. A sessão, que naquele momento já durava quase 12 horas, estava sendo transmitida ao vivo pela internet e acompanhada pela imprensa.
A situação, apesar de parecer atípica, é comum dentro dos tribunais, disse um ministro da Corte ouvido pelo Estado.
Inicialmente, a tese de Barroso pela proibição geral desde a primeira inserção da manhã era maioria, mas, durante a sessão, entre os próprios ministros, começaram a surgir dúvidas como se a tela na televisão ficaria azul ou se o tempo dedicado à campanha de Lula seria redistribuído entre os concorrentes.
O impasse levou a conversa reservada, chamada de reunião de conselho, entre os ministros que decidiram que o PT está autorizado a veicular programa presidencial no horário eleitoral, desde que Lula não apareça como candidato. Não estenderam o veto à coligação e concordaram que não haveria tempo hábil para mudar a programação da manhã seguinte.