O Estado de S. Paulo

Barroso pediu conversa reservada para ‘brainstorm­ing’

- Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura

Anecessida­de de um brainstorm­ing – termo em inglês para uma dinâmica conhecida como tempestade de ideias – levou os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se reunirem a portas fechadas à 1h18 da madrugada de ontem para decidir o que poderia ser feito com o horário eleitoral do PT, diante da negativa ao registro de candidatur­a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão de cerrar as portas foi pedida pelo relator do caso na Corte e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Segundo interlocut­ores, o ministro queria “pensar alto” com os colegas da sessão para tentar achar uma solução para “a algo que ninguém havia refletido até então”. A sessão, que naquele momento já durava quase 12 horas, estava sendo transmitid­a ao vivo pela internet e acompanhad­a pela imprensa.

A situação, apesar de parecer atípica, é comum dentro dos tribunais, disse um ministro da Corte ouvido pelo Estado.

Inicialmen­te, a tese de Barroso pela proibição geral desde a primeira inserção da manhã era maioria, mas, durante a sessão, entre os próprios ministros, começaram a surgir dúvidas como se a tela na televisão ficaria azul ou se o tempo dedicado à campanha de Lula seria redistribu­ído entre os concorrent­es.

O impasse levou a conversa reservada, chamada de reunião de conselho, entre os ministros que decidiram que o PT está autorizado a veicular programa presidenci­al no horário eleitoral, desde que Lula não apareça como candidato. Não estenderam o veto à coligação e concordara­m que não haveria tempo hábil para mudar a programaçã­o da manhã seguinte.

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