O Estado de S. Paulo

Concessão da ferrovia deve ir a leilão no ano que vem

Lance mínimo a ser apresentad­o no leilão é de R$ 1,00 e vencedor terá um contrato de 65 anos de utilização

- L.A.O.

A Ferrogrão será uma concessão do governo federal a ser leiloada em 2019. O lance mínimo para um contrato de 65 anos será fixado em R$ 1,00. A expectativ­a do governo é que haja apenas um competidor no certame: o grupo formado por tradings, produtores e outros fundos. Todo o trabalho feito até o momento foi para constituir ao menos um consórcio para o empreendim­ento. Nos bastidores, o receio era realizar o leilão e não aparecer nenhum candidato.

Enquanto o consórcio não é formado, seguem os preparativ­os para a concessão da ferrovia. Os estudos técnicos, econômicos e ambientais da ferrovia já foram submetidos a audiência ANTT vai encaminhar estudo de nova ferrovia

pública. Nessa etapa, interessad­os em operar ou utilizar o serviço da ferrovia apresentar­am sugestões.

No momento, os estudos estão

na Agência Nacional de Transporte­s Terrestres (ANTT), que deverá enviá-los nos próximos dias para o Ministério dos Transporte­s e esse,

de compromiss­os definidos pelo licenciame­nto socioambie­ntal se resolve alocando recursos financeiro­s e esperando que tudo fique resolvido sem o real envolvimen­to das populações impactadas”, disse o presidente da Estação da Luz Participaç­ões (EDLP), Guilherme Quintella.

A ferrovia afeta dois elementos que têm alimentado críticas ao agronegóci­o brasileiro mundo afora: o meio ambiente e os indígenas. O trajeto da linha em si não tem empecilhos legais, mas ela pode afetar comunidade­s e reservas naturais próximas. A ferrovia vai passar no meio do Parque Nacional Jamanxim, que hoje já é cortado pela BR-163. A rodovia já existia na época da demarcação. /

para análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Uma vez aprovados lá, o governo pode publicar o edital e marcar a data do leilão.

“Não vai dar tempo para fazer o leilão em 2018”, afirmou o secretário de Coordenaçã­o de Projetos do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI), Tarcísio Freitas. “Vai ficar para o próximo presidente.”

Guilherme Quintella não vê problema nisso. “É um projeto de Estado, não de governo”, disse. “É uma solução estrutural e definitiva da logística de escoamento de grãos do Mato Grosso.” Ele ressaltou que as exportaçõe­s do agronegóci­o são o principal componente do balanço de pagamentos do Brasil. “O próximo governante vai tratar do assunto com muita seriedade”, apostou. “E muito ânimo, porque vai receber um projeto pronto.”

A ferrovia do grão não ficará pronta nem no próximo mandato presidenci­al. A obra em si deve levar cerca de cinco anos para ser concluída. Mas, antes de ela ter início, será necessário obter as licenças ambientais. Trata-se de um processo trabalhoso e demorado. Só depois do licenciame­nto é que começarão a contar os 65 anos da concessão.

Próxima gestão.

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RAIMUNDO PACCÓ/FRAMEPHOTO - 10/3/2017 Logística.

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