O Estado de S. Paulo

Acervo inclui fósseis e meteorito

Coleção inclui cerca de 20 milhões de itens científico­s e históricos trazidos ao Brasil desde o século 19

- Roberta Jansen / RIO

Além de Luzia, o Museu Nacional abrigava a primeira réplica de um dinossauro de grande porte montada no Brasil, além de uma coleção de múmias e o meteorito Bendegó, de 5,36 toneladas.

O Museu Nacional guardava 20 milhões de itens relativos a áreas como arqueologi­a, zoologia, etnologia e geologia, incluindo coleções da antiguidad­e, trazidas ao Brasil no século 19.

O maior tesouro é Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. Achado em Lagoa Santa (MG), em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil.

O crânio de Luzia e a reconstitu­ição de sua face – revelando traços semelhante­s aos de negros africanos e aborígines australian­os – estavam em exibição no museu. A descoberta mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas.

O prédio foi doação do comerciant­e Elias Antônio Lopes ao príncipe regente d. João VI, em 1808, ano da chegada da família real ao Rio. Após a morte de d. Maria I, em 1816, d. João mudou-se definitiva­mente para o Paço de São Cristóvão, onde permaneceu até 1821.

Os imperadore­s D. Pedro I e D. Pedro II também moraram por lá. Com o fim do Império, em 1889, toda a família se exilou na França. O palácio foi, então, palco da plenária da primeira Assembleia Constituin­te da República, entre novembro de 1890 e fevereiro do ano seguinte. O Museu Nacional se mudou para o palácio em 1892. “Acho que o palácio em si é o item individual mais importante da coleção porque conta boa parte da história do nosso País”, comentou Alexander Kellner, quando assumiu a direção do museu.

Outro destaque do acervo é o maior meteorito já encontrado no Brasil, o Bendegó, com 5,36 toneladas. A rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no sertão da Bahia e foi para o museu em 1888. Na época, era o segundo maior do mundo. Atualmente, ocupa a 16.ª posição.

A primeira réplica de um dinossauro de grande porte já montada no Brasil é uma das maiores atrações e era o preferido do público. Tanto que o Maxakalisa­urus topai, um herbívoro de 9 toneladas e 13 metros de compriment­o, tinha uma sala só para ele. O dinossauro viveu há cerca de 80 milhões de anos na região do Triângulo Mineiro.

O museu também chamava atenção pela coleção de múmias. É o caso do corpo mumificado de um índio Aymara, grupo pré-colombiano que vivia perto do Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia. Era um homem, de idade entre os 30 e os 40 anos, cuja cabeça foi artificial­mente deformada, prática comum entre povos da região. O acervo incluía a maior coleção de múmias egípcias da América Latina.

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Tesouro. Acervo abrigava Luzia, esqueleto mais antigo das Américas

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