Acervo inclui fósseis e meteorito
Coleção inclui cerca de 20 milhões de itens científicos e históricos trazidos ao Brasil desde o século 19
Além de Luzia, o Museu Nacional abrigava a primeira réplica de um dinossauro de grande porte montada no Brasil, além de uma coleção de múmias e o meteorito Bendegó, de 5,36 toneladas.
O Museu Nacional guardava 20 milhões de itens relativos a áreas como arqueologia, zoologia, etnologia e geologia, incluindo coleções da antiguidade, trazidas ao Brasil no século 19.
O maior tesouro é Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. Achado em Lagoa Santa (MG), em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil.
O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face – revelando traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos – estavam em exibição no museu. A descoberta mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas.
O prédio foi doação do comerciante Elias Antônio Lopes ao príncipe regente d. João VI, em 1808, ano da chegada da família real ao Rio. Após a morte de d. Maria I, em 1816, d. João mudou-se definitivamente para o Paço de São Cristóvão, onde permaneceu até 1821.
Os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II também moraram por lá. Com o fim do Império, em 1889, toda a família se exilou na França. O palácio foi, então, palco da plenária da primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e fevereiro do ano seguinte. O Museu Nacional se mudou para o palácio em 1892. “Acho que o palácio em si é o item individual mais importante da coleção porque conta boa parte da história do nosso País”, comentou Alexander Kellner, quando assumiu a direção do museu.
Outro destaque do acervo é o maior meteorito já encontrado no Brasil, o Bendegó, com 5,36 toneladas. A rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no sertão da Bahia e foi para o museu em 1888. Na época, era o segundo maior do mundo. Atualmente, ocupa a 16.ª posição.
A primeira réplica de um dinossauro de grande porte já montada no Brasil é uma das maiores atrações e era o preferido do público. Tanto que o Maxakalisaurus topai, um herbívoro de 9 toneladas e 13 metros de comprimento, tinha uma sala só para ele. O dinossauro viveu há cerca de 80 milhões de anos na região do Triângulo Mineiro.
O museu também chamava atenção pela coleção de múmias. É o caso do corpo mumificado de um índio Aymara, grupo pré-colombiano que vivia perto do Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia. Era um homem, de idade entre os 30 e os 40 anos, cuja cabeça foi artificialmente deformada, prática comum entre povos da região. O acervo incluía a maior coleção de múmias egípcias da América Latina.