O Estado de S. Paulo

Rivais contestam uso da imagem de Lula

Novo, PSL e PSDB representa­m contra campanha petista na TV, rádio e redes sociais; para eles, legenda desrespeit­a Justiça eleitoral

- Matheus Lara sua candidatur­a)”. (de COLABORARA­M PAULA REVERBEL e AMANDA PUPO

Ao menos nove representa­ções foram protocolad­as em tribunais eleitorais contra propaganda­s do PT nas eleições depois de a legenda insistir em manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, como protagonis­ta das inserções apesar de barrado pela Justiça Eleitoral. A defesa petista disse que os pedidos fazem parte da “rotina de campanha”.

Anteontem, Lula teve seu registro de candidatur­a à Presidênci­a barrado pela Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No dia seguinte, o PT manteve o discurso em favor dele e atacou a Justiça no programa eleitoral na TV e nas ruas, insistindo na postulação do ex-presidente. Em passagem pelo Nordeste, o ex-prefeito Fernando Haddad, provável substituto de Lula nas urnas, pediu empenho da militância na defesa de Lula.

Haddad se reúne hoje com o ex-presidente na prisão em Curitiba para discutir o resultado da sessão. Lula sabe do resultado, mas durante o final de semana não pode receber visitas – nem de advogadas – conforme determinaç­ão da Justiça.

O Novo foi o partido que mais protocolou representa­ções. A legenda entrou com seis ações no TSE – três delas na noite de ontem, contestand­o inserções do PT publicadas no sábado e no domingo.

O partido acusa a coligação “O Povo Feliz de Novo” de descumprir ordem judicial; as outras duas acusam a chapa petista de fazer propaganda irregular no rádio e na TV. Nelas, o

partido cita que as propaganda­s veiculadas no sábado descumprem o que foi decido pelos ministros por 6 votos a 1.

Para o Novo, a chapa petista “deixa claro que não está disposta a seguir o caminho da legalidade”. “A Corte deliberou que a coligação poderia prosseguir com a propaganda eleitoral desde que Lula não praticasse atos de campanha, em especial no rádio e na televisão, até que se proceda à substituiç­ão

O partido questiona ainda as inserções em que o ex-prefeito de São Paulo diz ser candidato a vice-presidente e critica o que chama de “fraude” em relação ao fato de Haddad ser chamado de “representa­nte de Lula” pelo partido nas redes sociais. “Trata-se

de um descarado ato de campanha do candidato cujo registro foi impugnado, o que não apenas descumpre a decisão desta Corte, mas também viola a legislação eleitoral em inúmeros pontos”, diz a peça apresenta pelo o partido. “Se houve uma tentativa de ser sutil, com todo o respeito, os representa­dos falharam na sua tarefa.”

A ação pede a concessão de medida cautelar para determinar a retirada de 11 publicaçõe­s da página de Lula nas redes sociais, além da suspensão da veiculação da propaganda em bloco e em inserções no rádio e TV.

O candidato à presidênci­a da República, Jair Bolsonaro (PSL) e sua coligação, segundo os advogados, também entraram com ação no TSE contra a propaganda eleitoral do PT. Assim como o Partido Novo, a defesa de Bolsonaro questiona a aparição do ex-presidente entendendo que o modo como foi exposto o petista afronta a decisão da Corte.

Segundo os advogados de Bolsonaro, o vídeo da propaganda apresentad­o anteontem “veicula aos eleitores a ideia de que o candidato está solto, desqualifi­ca o Poder Judiciário, usa mais de 70% do tempo de bloco com cenas externas” com o objetivo de “macular a ordem democrátic­a do País”. Eles pedem o PT seja penalizado com a perda de tempo de propaganda equivalent­e ao dobro do usado no vídeo com Lula.

Advogado do PT, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão disse que o partido já prepara sua defesa. “Isso faz parte da rotina de campanha. Já estamos cuidando disso. Eles estão insistindo que o Lula não poderia aparecer, quando o Lula pode aparecer em 25% da peça destinada a apoiadores.”

Outras. Anteontem também, a coligação de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidênci­a, entrou com uma ação contra Lula, a chapa petista e o diretório estadual do partido em São Paulo. O PSDB argumentou que o PT está fazendo uso da propaganda dos candidatos a deputado estadual para divulgar a candidatur­a de Lula.

Nesse processo, o juiz auxiliar da propagada Afonso Celso da Silva concedeu liminar para suspender a veiculação da campanha eleitoral em rádio e TV do candidato petista ao governo, Luiz Marinho./

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Registro. Advogado do PT e ministros durante sessão do TSE

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