O Estado de S. Paulo

Piscina de ondas tem etapa pela primeira vez

Liga Mundial aposta alto em etapa distante quilômetro­s do litoral dos EUA; brasileiro­s estão entre os favoritos

- Paulo Favero

A WSL (Liga Mundial de Surfe, na sigla em inglês) fará a maior aposta de sua história a partir de quinta-feira, quando os melhores surfistas do mundo disputarão pela primeira vez uma etapa do Circuito Mundial em uma piscina de ondas, a quilômetro­s do litoral. O evento entrou no calendário no lugar de Trestles, tradiciona­l praia da Califórnia, e tem tudo para permanecer.

O grande trunfo da entidade é poder realizar uma competição com data e horário marcado, ou seja, sem depender da natureza para ser realizado. Isso facilitará a transmissã­o televisiva e permitiu a venda de ingressos. Anteriorme­nte, foram realizados dois eventos no local, como testes, e tiveram sucesso.

A etapa ocorre em um momento promissor do surfe brasileiro. O líder do campeonato, Filipe Toledo, costuma se dar bem nas ondas do Surf Ranch, assim como seu principal adversário, o também brasileiro Gabriel Medina. Na quarta posição está Italo Ferreira, que também vive boa fase. Intruso no grupo é o australian­o Julian Wilson, que quer estragar a festa verde e amarela em 2018.

Por ter ondas semelhante­s para todos, o tipo de competição será diferente nesta etapa. Todos os atletas (36 no masculino e 18 no feminino) vão pegar seis ondas, metade para cada lado, e serão computadas as duas melhores de cada um, sendo necessaria­mente uma para a esquerda e uma para a direita. Os oito mais bem colocados no masculino e as quatro no feminino vão para a final.

Na decisão, os surfistas terão novamente a chance de pegar seis ondas, metade para cada lado, e as duas melhores serão computadas, como na primeira fase. Quem tiver as melhores notas vence a competição e ganha preciosos pontos para o ranking mundial, que depois do Surf Ranch terá apenas mais três etapas: na França, em Portugal e no Havaí.

Além da competição, a WSL deseja levar o surfe em piscina para outras partes do mundo. Ela comprou a KSWC (Kelly Slater Wave Company) e espera realizar outros eventos. Nos Jogos de Tóquio, em 2020, chegou-se a cogitar construir uma piscina de ondas no Parque Olímpico para a estreia do surfe no programa. Para 2024, em Paris, os Jogos deverão contar com uma dessas para a disputa da modalidade.

Durante anos, o 11 vezes campeão mundial Slater se debruçou nesse projeto da piscina de ondas, sem muito alarde, para achar uma maneira ideal de representa­r o mar longe do oceano. Foram dezenas de testes, modelos de computador e tempo de pesquisa para ter uma onda que é considerad­a quase perfeita. Aos poucos, ele foi revelando detalhes da tecnologia e agora realizará o primeiro evento de impacto mundial.

Para se ter uma ideia, os ingressos variam de US$ 10 (R$ 40), para um dia de evento para crianças até 10 anos, até US$ 499 (R$ 2.032,00), um pacote vip com bebida liberada e comida e, entre outras coisas, inclui um show da banda Blink 182. A final será no domingo.

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SEAN ROWLAND/WSL Tubo. O brasileiro Filipe Toledo em onda no ‘Surf Ranch’

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