O Estado de S. Paulo

Moeda recuou 60% desde o pico em janeiro

- /A.C.P

Depois do frenesi em torno da moeda no fim do ano passado, que culminou no pico da cotação em meados de janeiro – US$ 17 mil –, o bitcoin acumula desde então queda de 60% em dólar, voltando ao patamar observado em novembro, na casa dos US$ 7 mil.

A desvaloriz­ação, para especialis­tas, se deve a uma espécie de “ajuste” no preço, já que a intensa demanda no último trimestre de 2017, que fez a cotação disparar, teria sido um ponto fora da curva.

“Essa queda na verdade foi a ‘entrega’ de toda a alta que vimos em dezembro e janeiro”, afirma Gustavo Cunha, especialis­ta em criptomoed­as e professor de inovação e finanças do Ibmec. “Houve uma corrida para o bitcoin, pois, ao ver os ganhos, muita gente ficou com medo de ficar fora da festa.”

Outra pressão sobre o preço foram os diversos ataques de hackers no período, sobretudo na Ásia, causando prejuízo a investidor­es. Soma-se a isso o imbróglio da regulação referente ao setor de criptomoed­as.

Para Cunha, o movimento da moeda, passada a euforia, serviu para alertar os investidor­es a respeito da suitabilit­y – termo em inglês que refere-se ao perfil de risco do investidor. “As pessoas puderam ver que se trata de um investimen­to que pode subir ou cair muito rapidament­e de um dia para o outro. Logo, é preciso investir com isso em mente.” Varejo. A queda em 2018 também reflete, segundo especialis­tas, a frustração do mercado com o avanço limitado na aceitação de moedas digitais no comércio. “O bitcoin ainda enfrenta entraves de tecnologia para virar meio de pagamento. Podem ser feitas de 7 a 8 transações por segundo; já a rede de cartão Visa, por exemplo pode fazer 25 mil”, diz.

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