Trump quer taxar mais US$ 267 bi de bens da China
Guerra comercial. Se as declarações se confirmarem, somando-se a outras sobretaxas que já estão em estudo, EUA estariam impondo barreiras à totalidade de bens importados do país asiático; Apple criticou proposta em documento enviado ao governo
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderá aplicar tarifas sobre US$ 267 bilhões em produtos chineses, além dos US$ 200 bilhões que já correm o risco de ser taxados. Os EUA começaram a negociar para reduzir o déficit comercial com o Japão.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem que tarifas adicionais sobre outros US$ 267 bilhões em produtos chineses estão prontas para serem implementadas e podem ser lançadas no curto prazo, sinalizando um novo passo para a crescente disputa comercial entre os dois países. Trump disse que as tarifas seriam adicionais às barreiras sobre US$ 200 bilhões em bens chineses que o governo americano vem preparando e que, de acordo com o republicano, podem ser lançadas “muito em breve, dependendo do que acontecer”.
Implementar os dois conjuntos de tarifas deixaria toda a importação dos EUA de produtos chineses virtualmente sujeita a novas taxas. Trump exige que a China faça mudanças na sua política econômica. “E eu odeio dizer isso, mas por trás disso estão outros US$ 267 bilhões prontos para serem aplicados no curto prazo, se eu quiser. Isso muda a equação”, disse Trump.
As declarações do presidente fizeram o mercado acionário americano encerrar o pregão de ontem em baixa. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,31%; o S&P 500 caiu 0,22%; e o Nasdaq, 0,25%.
Trump já impôs tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses, a maior parte máquinas industriais e peças eletrônicas. Um período de consulta pública terminou na quinta-feira sobre a lista de mais US$ 200 bilhões em produtos chineses que estariam sujeitos a tarifas de 10% a 25 %. Os EUA importaram US$ 505 bilhões em produtos da China no ano passado. As importações em 2018, até julho, avançaram 9% ante o mesmo período de 2017.
Ontem, antes das declarações de Trump, o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que o presidente não tomará qualquer decisão sobre suas ameaças de tarifas sobre outros US$ 200 bilhões em produtos chineses antes que autoridades avaliem comentários públicos sobre eles.
Em meio às novas ameaças feitas ontem, a Apple enviou um documento ao representante comercial americano, Robert Lighthizer. A empresa afirma que a proposta de tarifas americanas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses afetaria diversos de seus produtos, incluindo o Apple Watch, prejudicando os consumidores americanos e colocando a empresa em desvantagem competitiva.
A gigante de tecnologia afirmou ao governo que as tarifas atingem “uma ampla gama de produtos da Apple”, incluindo o relógio, seus fones de ouvido sem fios e o computador da empresa. “Em termos gerais, as tarifas levarão a preços mais altos ao consumidor americano, menor crescimento econômico geral dos EUA e outras consequências econômicas não intencionais”, diz o documento./