Na posse, Toffoli vai pedir respeito a divergências
Em meio à repercussão do atentado a Jair Bolsonaro, o ministro Dias Toffoli usará o seu discurso de posse como presidente do Supremo para destacar a pluralidade e as diferenças de opiniões e ideias como essência da democracia. Toffoli assume o comando da Corte na próxima quinta, quando também defenderá a harmonia entre os poderes. Na tarde de ontem, o ministro tentava ligar para filhos de Bolsonaro, mas o telefone estava ocupado. Em audiência de custódia, o agressor disse que atacou Bolsonaro por discordar da sua posição política.
» Contexto. Esses pontos do discurso já estavam planejados antes do ataque a Bolsonaro, mas serão reforçados diante dos últimos acontecimentos. Toffoli ainda avalia se vai mencionar especificamente o atentado em Juiz de Fora em seu discurso de posse.
» Vigilância. A Polícia Federal vai manter agentes fazendo a segurança de Jair Bolsonaro mesmo enquanto ele estiver internado no hospital Albert Einstein. A explicação é que ele continua candidato ao Planalto.
» Sai de mim. A campanha de Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas entrou no TRE para barrar propaganda do adversário Fernando Pimentel (PT). O tucano não gostou de ser associado ao senador e colega Aécio Neves.
» Bem casado. O comercial pede aos eleitores que respondam a primeira coisa que venha à cabeça quando ouvem palavras como goiabada, café e Anastasia. As respostas são: queijo, leite e Aécio. O PSDB se queixa da “tentativa de ligar a imagem de Anastasia à de Aécio Neves”.
» Mesmo filme. Coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, ACM Neto foi esfaqueado pelas costas há 12 anos, por uma mulher, em Salvador. A facada atingiu o pulmão e ele precisou ser operado. “É algo que não se esquece nunca”, diz.
» Tchau, Haddad. O governador petista Camilo Santana, do Ceará, participou ontem de ato de campanha ao lado do presidenciável Ciro Gomes. O movimento ocorre depois de o TSE barrar Lula, que deve ser substituído por Haddad, e Ciro ter subido na pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo.
» Guerra é guerra. A trégua que os opositores darão a Bolsonaro vai acabar assim que ele voltar a gravar para a campanha, mesmo do hospital, e os médicos anunciarem sua melhora.
» Restart. Os oponentes dizem em coro que, dadas essas condições, o debate político volta com força, incluindo a artilharia contra Bolsonaro. “É a nossa pele ou a dele”, resumem.
» Tô aqui. Fernando Haddad aguardava ontem a PF procurá-lo para tratar da sua segurança. Vai aceitar a escolta? “Vou ver o que é.” » Aviso prévio. Depois de gravar os vídeos nos quais Michel Temer ataca Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, a equipe enviou as peças para os auxiliares do presidenciável Henrique Meirelles. Queria alertá-lo dos torpedos que viriam.
» Mundo. Dentro do esforço para intensificar a colaboração internacional na área de inteligência, o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, foi eleito presidente da Reunião de Ministros de Segurança Pública das Américas, vinculada à OEA.
COM NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA. COLABORARAM RAFAEL MORAES MOURA E BRENO PIRES